sábado, 7 de outubro de 2017

O MEU TEMPO PARA AS COISAS

Quando quero alguma coisa, tem que ser pra ontem.
Não tenho condição de esperar, nem vontade.
Tenho urgência, pois já perdi muito tempo.
Nem tenho como aguardar o tempo das coisas.
Tem que acontecer no meu tempo, depressa.
Não tolero o adiar das pessoas.
Muito menos o deixar pra depois.
Tem que ser “pá e pum”.
Porque depois pode ser tarde e a chance passou.
A oportunidade já está perdida.
A fome já matou.
Não tenho como investir no tempo.
Mas invisto suor e emoção nas minhas apostas.
Por isso tenho pressa.
Pra poder me dedicar logo.
Pra colher frutos rápido.
Não sei o meu amanhã.
Tampouco sei minha hora.
Só sei que um dia vou embora.
Sinto que vai ser tarde e que tenho muito tempo.
Mas mesmo com tempo, tenho pressa.
Faz parte de mim.
Para me prestar aos outros, é na hora.
Pra receber dos outros, tem que ser da mesma forma.
O que preciso, é imediato, pois não tenho como esperar.
Senão perco o controle.
O que eu quero, faz falta.
Mas não me tira o sono.
O que às vezes tira, é o que eu preciso.
Então por isso a pressa.
Tanto pra o que preciso quanto pra o que eu quero.
E pro segundo, há tempo espero.
Já arrisquei, conquistei e perdi.
Já esperei, deixei acontecer e desisti.
O tempo das coisas era mais lento que o meu.
E o momento de acontecer passou.
Talvez seja um defeito meu.
A pressa sobre as coisas.
Ou um defeito das pessoas.
O adiar e a falta de tempo inventada.
Quem quer dá um jeito, dá um passo.
Caso contrário, dá desculpa.
Arruma um empecilho.
Uso do artifício em algumas vezes.
Mas só na busca do que eu preciso.
Nunca para o que eu quero.
Para esse, não uso nem desculpa.
Comigo é “papo reto”.
O que eu preciso?
O que eu quero?

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