sábado, 3 de outubro de 2009

SOLIDÃO VIRTUAL

Um homem em frente do monitor.
Sentado alí durante várias horas.
Seus dedos cansados pela digitação.
Longas conversas com pessoas anônimas.
Eram esperadas por noites seguidas.
Toda noite o homem ligava o notebook, digitava e não conhecia.
Acordava toda a manhã pensando na conversa anterior.
Trabalhava durante o dia e ao cair da noite a conversa se repetia.
Uma noite o homem parou, olhou para a pessoa na foto e tentou tocá-la.
Se aproximou, e ao tentar sentir seu cheiro não sentiu nada.
Afastou-se, apreciou a foto e seus escritos, e dormiu.
No dia seguinte o homem acordou com o notebook ao seu colo.
Sentiu-se frustrado e em determinado momento o homem sumiu.
Sumiu nas teclas que ele teclava todos os dias.
Sumiu quando passou a acreditar que o virtual se tornaria real.
Solitário, digitando diversas palavras.
Ele foi deixando um pouco de si a cada conversa, a cada dia.
E só se deu conta ao ver seus escritos digitados na tela.
Linhas escritas para pessoas que não conseguia tocar.
Rabiscos que a expressão facial não conseguia passar.
Em frente a um monitor aquele homem vivia.
Digitando solitário, sem alguém para amar ou por quem ser amado.
Mas percebera que ficaria só, se esperasse algo do virtual.
Pois nele algumas pessoas se escondem.
E percebeu que alí não encontraria ninguém.
Apenas fotos e palavras escritas por sabe lá quem.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

DE MIM PRA TI, FILHO

Leonardo meu filho
Meu pequeno gigante 
De brilho no olhar 
De sorriso radiante.  
 
De riso fácil 
De bom coração 
Como é bom ser seu pai 
Segurar tua mão.  

Seu sorriso nos olhos 
Espelho da tua alma 
Alegra-me durante o dia 
Durante a noite, me acalma.  

Estar contigo pelas manhãs
Nas tardes pensar em ti 
Teus brinquedos ao chão 
Denunciam que esteve aqui. 

Ver-te crescer 
Ver-te aprendendo 
Presenciar teus momentos 
Ver-te fazendo.   

Estou ao teu lado filho 
Pra te ensinar e pra aprender 
Sobre coisas da vida 
Que nos fazem crescer.   

Contigo aprendi a ser pai 
Por ti me dedico a isso 
Espero poder me orgulhar 
Por cumprir o compromisso.   

Educar-te e amar-te 
Ensinar-te os caminhos 
Do que é certo e errado 
Livrar-te de espinhos.  

A jornada é longa 
Espero segui-la contigo 
Na figura de seu pai 
E seu melhor amigo.
 
Amo-te meu filho 
De todo meu coração 
Quando precisares de teu pai 
Estenderei-te minha mão.   

Até quando tu quiseres 
Enquanto me achar importante 
Quando me quiser por perto 
Não me mantendo distante.  

Torne-se um grande homem 
Com a bondade que tem 
Siga em frente filho 
Que Deus te abençoe, amém.

sábado, 9 de maio de 2009

VOLTAR NO TEMPO

Ah se eu pudesse voltar atrás, voltaria.
E ficaria com você, que me amou um dia.
É pena que o tempo não volta nem um dia, nem uma hora.
Para podemos corrigir os erros de outrora.
Nossas falhas nos perseguem para a vida inteira.
E hoje me dou conta da minha besteira.
Mas agora não há mais o que fazer.
É seguir em frente, e como amiga lhe ter.
Ver-te e lembrar-me de minha impulsividade desastrosa.
E tirar-te de minha mente saudosa.
Afinal, muitos anos que se tornaram marcantes.
Embora no fim, não estivesse como antes.
Mas mesmo assim gostaria de estar contigo.
E continuar sendo seu marido, e não apenas amigo.
Criarmos nosso filho lado a lado.
Como se nada tivesse acabado.
Mas nosso ciclo se rompeu.
Fazer-se o que, se aconteceu.
Fico a desejar-te quando lhe vejo.
Sinto falta do teu cheiro e sinto falta do teu beijo.
Percebo que corresponde, mas não me deseja.
Então me pergunto o porque ainda me beija.
Infelizmente tenho me sujeitado a isso.
Mesmo sabendo que tens compromisso.
Infelizmente não me interesso por outras mulheres.
E inocentemente acredito que ainda me queres.
Não aceito inteiramente nosso rompimento.
E você ainda não saiu de meu pensamento.
Mas não é culpa sua mocinha.
A culpa é exclusivamente minha.
Eu ainda vou te tirar da minha cabeça.
Basta apenas que outro amor apareça.
E quando isso acontecer.
Espero que o que me corroe hoje, não passe a lhe corroer.
Mas são coisas da vida e frutos do plantei.
Não vou mais lhe empatar, boa noite, acabei.

MEMÓRIAS DE UM VIAJANTE

Quando no horizonte o amanhecer surgia.
Com ele eu já ia despertando.
Escancarava um longo bocejo.
Sacudia a poeira e ia levantando.

Ainda era bem cedo.
Quando eu punha o pé na estrada.
Pois o caminho era bem longo.
E eu não havia andado nada.

Com o Sol cegando meus olhos.
Fitava fixo o estradão.
Não demorava em seguir viagem.
Sem destino e nem direção.

Tendo o Sol durante o dia.
E durante a noite tendo as estrelas.
Tinha no céu os meus guias.
E na terra estradas a percorrê-las.

Viajando por este mundo.
Jamais naveguei em minhas viagens.
Mas caminhando por estradas íngremes.
Apreciei lindas paisagens.

Muitos lugares bonitos eu conheci.
Alguns onde os homens nunca haviam estado.
Nestes encontrei a natureza intacta.
Em outros encontrei tudo devastado.

Nestas minhas longas andanças.
Já comi muita poeira em caatinga.
Onde só nasce arbusto espinheiro.
E planta que mata fome não vinga.

Também já bebi muita água em riachos.
Água límpida que saciava minha sede.
Dormi debaixo de muita copa de árvore.
E era nelas que eu amarrava minha rede.

Percorria trilhas durante o dia.
E a noite dormia ao relento.
Acendia uma fogueira e amarrava minha rede.
E estava armado meu acampamento.

Milhares de quilômetros eu já andei.
Enquanto meu corpo agüentou.
Mas agora que estou muito velho.
Toda esta aventura acabou.

Aqui escrevo minhas memórias.
Encravado numa cama.
Só farei mais uma longa viagem.
Mas essa eu não escolho, é DEUS quem chama.

MINHA BUSCA EM VERSO E PROSA

Que nada me impeça de ver meu amor.
Pois atravesso tempestades se preciso for.
E se a chuva causar uma enchente.
Atiro-me nela e nado contra a corrente.
Vou chegar molhado, mas eu vou chegar.
E no dia marcado, você pode esperar.
A distância que nos separa, não mais existe.
Nosso sentimento é forte e resiste.
Agora nada mais nos separa.
Tu vai ter que me aturar, te prepara.
Procurei por muito tempo, e em vários lugares.
Caminhei por desertos, atravessei os sete mares.
Perdido, sem eira nem beira.
Tomando sol, comendo poeira.
Meus pés descalços, maltratados pelo terreno.
Meu corpo suado, meu semblante sereno.
Segui para o leste, guiado pela esperança.
Conheci muita gente nesta minha andança.
Fui parar em uma cidade, em outra paragem.
E ali, eu terminei minha viagem.

A TERCEIRA IDADE

Quando vejo pessoas idosas na rua.
Fico imaginando como elas viveram a vida.
Se fizeram tudo o que tiveram vontade.
Ou se alguma coisa fora esquecida.

Acredito que se arrependem de algo.
Que fizeram ou que deixaram de fazer.
Quando começaram a ficar adultos.
E tinham a chance de escolher.

Poderiam escolher ser bons.
Ou até o caminho que seguiriam.
Poderiam escolher se amariam alguém.
Ou se solitários caminhariam.

Muitos deles constituíram famílias.
Tiveram filhos com a pessoa amada.
Outros preferiram seguir sozinhos.
E em suas vidas não construíram nada.

Alguns juntaram fortunas.
Mas nada tão rico como a felicidade.
Alguns conseguiram se cercar de amor.
E agora são amados na terceira idade.

A vida nos prega peças.
E as vezes não colhemos o que plantamos.
Mas em nossa trajetória de vida.
Sabemos o caminho que trilhamos.

Temos que viver intensamente o presente.
Pois o futuro ninguém pode prever.
Que o passado se torne uma lição de vida.
Para fazermos nossa vida valer.

Não valorizamos as pessoas idosas.
Que se encontram num estágio a nossa frente.
Elas viveram coisas inimagináveis.
E é isto que devemos ter em mente.

Podem ter seguido um caminho de rosas.
Assim como uma trilha de espinhos
Mas que nós que ainda somos jovens
Não nos esqueçamos de nossos velhinhos.

Muitas vezes nos falta paciência.
Com aqueles que novamente se tornaram crianças.
Eles têm novos medos e receios.
Que não são mais aqueles de vossas lembranças.

Eles têm medo de se tornarem estorvos.
Também têm medo da solidão.
Então lembremos que a eles devemos.
Nosso carinho e nossa gratidão.

Não os deixemos esquecidos.
Mesmo que nos tenham causado dor.
Algum ensinamento sempre nos deixam.
Que nos encaminhe na direção amor.

Ingratidão é algo que não estão livres.
Pois pode ser algo que tenham plantado.
Também podem ter sido ingratos com seus velhinhos.
Quando ainda eram jovens no passado.

Aqui se planta e aqui se colhe.
Se colhe bons frutos ou não se colhe nada.
Tudo depende do tempo que é a vida.
E da semente que nela foi plantada

A gente nasce, cresce, envelhece e morre.
Pois este é o ciclo da vida.
Não levamos nada, mas algo deixamos.
Deixamos lembranças da fase vivida.

Se vivermos intensamente.
Na velhice de nada iremos nos arrepender.
Se cultivarmos amor e felicidade.
É isto que poderemos colher.

O futuro é uma incógnita.
Mas o presente tem que ser cuidado.
Não nos esqueçamos dos nossos idosos.
E os conservemos ao nosso lado.

Todos devemos respeito a eles.
Eu, tu, ele, nós, vós.
Nada como um dia após o outro.
Hoje são eles, amanhã seremos nós.

SONHOS

É madrugada e eu não consigo dormir.
Procuro-te ao meu lado e você não está. 
Fixo meu olhar num ponto escuro e deparo-me com a imagem de um rosto.
O rosto no escuro é o teu, e está sorrindo.
Levo minha mão ao rosto e não consigo tocá-lo.
Aproximo minha boca e não posso beijá-lo.
Pois o rosto que vejo no escuro da noite é de minhas lembranças.
Então fecho meus olhos e tua imagem com um sorriso convida-me a sonhar.
Em meu sonho te procuro entre as estrelas.
Mas me dou conta que embora estrela você brilha na Terra.
Em meu sonho eu tenho você todas as horas, a todo minuto.
Não existe distância e nem tampouco pressa.
Os caminhos são curtos e o tempo é nosso.
Em meu sonho deitamos na areia.
Nossos corpos unem-se e nossos corações aceleram-se.
A paixão invade meu sonho.
E sob a luz da Lua, sobre a areia branca fazemos amor.
Nosso amor reluz como o Sol que já aparece no horizonte.
Então acordo e te procuro ao meu lado, mas você não está.
A escuridão que projetara teu rosto deu lugar a um lindo dia.
Mas o teu rosto permanece em minha lembrança, e sorrindo.
E permanecerá até a noite seguinte.
Até que tua imagem me convide a sonhar novamente.
Até que chegue o dia em que eu possa sentir o teu cheiro.
Que eu possa abraçar-te, beijar-te e fazer amor com você.
E o suor de nossos corpos provará que não é mais um sonho.
É realidade.

SOLIDÃO

Um homem caminhava solitário por uma praia deserta.
E sob sol forte, andava por várias horas.
Seus pés descalços, pisando forte a areia escaldante.
Pegadas sem volta, que apontavam numa só direção.
Eram repisadas e se aprofundavam a cada passagem.
Toda noite o homem parava, descansava e dormia.
Acordava toda a manhã e repetia a mesma caminhada.
Andava durante o dia, e ao cair da noite dormia.
Uma noite o homem parou, olhou para o mar, olhou para a Lua.
Apanhou um graveto e riscou a areia que há pouco maltratara seus pés.
Sentou-se, apreciou seus rabiscos e dormiu.
No dia seguinte o homem acordou com o Sol queimando sua pele.
Seguiu sua trilha e em determinado momento o homem sumiu.
Sumiu nas pegadas que ele repisava todos os dias.
Sumiu quando ele passou a perseguir os seus próprios passos.
Solitário, repisando suas próprias pegadas.
Ele foi deixando um pouco de si a cada passagem, a cada dia.
E só se deu conta em seu escrito riscado na areia.
Linhas que as ondas do mar não puderam alcançar.
Rabiscos que o vento não conseguiu apagar.
Em uma ilha aquele homem vivia.
Caminhando solitário, sem alguém para amar ou por quem ser amado.
Mas percebera que estava só quando olhou para a Lua.
Pois a Lua tinha a companhia das estrelas.
E notou que em volta de si não havia ninguém.
Nem mesmo sua própria sombra.

SER NINGUÉM PARA ALGUÉM

Um dia perdi alguém, que ainda não conhecia bem.
O meu direito de estar com esse alguém, estava nas mãos de quem?
Ninguém poderia saber o quanto eu queria estar com esse alguém.
Já que nem eu mesmo sabia, pois ainda era quase ninguém.
Agora já sei, e descobri também.
A sensação de ser um pouco para alguém.
Nos faz sentir-se bem e podemos ir mais além.
E esperar mais de alguém.
Mas de quem?
De quem teve pouco de mim.
De quem me conheceu assim.
O que restou para mim?
Momentos que passaram depressa e que a vida levou num relance.
Mas assim como levou também trouxe.
Uma oportunidade de ter outro alguém.
Que me desse uma chance de ser todo pai de um neném.
Mas até quando?
Até que também resolvesse me tirar mais alguém.
Alguém que aprendi a conhecer, mas que não conheço também.
E então a gente que pensa que é alguém.
Acaba descobrindo que não é ninguém.
Mas para quem?

SAUDADES

Onde estás, onde andas?
Já não te acho mais ao meu lado.
Não sinto mais o teu cheiro.
E passo noites acordado.

Não tenho mais os teus beijos.
Nem o afago do teu carinho.
Sinto falta do calor do teu corpo.
Pois me encontro aqui sozinho.

Há dias que não te vejo.
E você não me sai do pensamento.
Quisera encurtar a distância.
Para estar com você neste momento.

Teu rosto e tua voz.
Ainda tenho em minha lembrança.
Mas os dias parecem semanas.
À medida que o tempo avança.

Tento achar uma maneira.
De espantar a solidão.
Então te escrevo esta poesia.
E te declaro minha paixão.

Eu sobrevivo de lembranças.
Dos momentos que estive contigo.
Mas se estar com você é meu aconchego.
Então a saudade é meu castigo.

Se você estiver sozinha.
E escutar o vento uivando.
Não te assuste meu amor.
Sou eu que estou te chamando.

Está chegando o fim de semana.
Finalmente irei te encontrar.
Conto cada minuto e cada segundo.
Pois estou louco para te beijar.

Saudades a gente sente.
Somente das pessoas que ama.
E para toda saudade há um reencontro.
Que mantém acesa a chama.

O REFLEXO

Olho para a superfície límpida de um rio.
Nela vejo um rosto a me encarar. 
Atiro uma pedra no rio.
Pequenos círculos começam a se formar e novos círculos dentro destes.
O rosto começa a desfigurar-se em pequenos reflexos que somem lentamente.
Levo minhas mãos ao rosto, pois o rosto a desfigurar-se era o meu.
Fico olhando aquele rio.
Espero alguns segundos e novamente meu reflexo surge.
Desta vez está sério, temeroso de que eu possa atirar outra pedra.
O semblante sério me induz a repetir meu gesto.
Novamente surgem os círculos brotando não sei de onde.
Fico olhando aquele rio.
A superfície do rio se abranda e nela procuro o meu reflexo.
Desta vez está triste.
A tristeza reflete em meus olhos e arranca-me uma lágrima.
Cai como uma pedra na superfície do rio.
Desta vez não surgem os círculos.
Mas o reflexo está lá, altivo e imponente.
Como se estivesse satisfeito por ter-me visto chorar.
De repente tudo volta ao normal, a superfície calma, o reflexo.
A imagem no rio acompanha meus trejeitos.
Mas uma coisa mudou e eu aprendi.
As pedras que atirei doeram mais que o brilho da luz que me fez lacrimejar.
Fico olhando aquele rio.
Nele vejo um rosto a me olhar.
Agora está sorrindo, pois não atirei nenhuma pedra.
O sorriso reflete em meus olhos.
Não arranca de mim nenhuma lágrima.

PENSANDO EM VOCÊ

Fecho meus olhos e vejo o teu sorriso.
Então busco na lembrança de teu rosto preencher minha solidão.
Nossa música toca enquanto rascunho os meus pensamentos.
As palavras vão surgindo conforme cerro meus olhos tentando buscar-te no pensamento.
E você vem, chego até a sentir o teu cheiro.
Mas desaparece como miragem ao toque dos meus dedos.
Procuro-te no espaço vazio e só te encontro no fundo do meu peito.
Peito que dói, porque sente a tua ausência.
Não sei se é pior a ausência do amor ou a ausência da pessoa amada.
Gostaria que você estivesse aqui.
Murmuraria em teu ouvido, que te amo.
Mas você não está, e está tão distante que não pode ouvir-me.
Quisera poder entrar nos teus sonhos.
Participar de teu sono e te ver despertar pela manhã.
Mas tenho que me contentar com minhas lembranças.
O meu coração tem pressa e atropela o tempo.
Pede que você faça parte do meu destino.
Não aceita mais quando lhe digo que isso vai demorar.
Então me aperta, como se estivesse me culpando por não mudar a situação.
Eu assimilo a dor e espero que o tempo passe.
Quem saiba passe tão rápido quanto os dias em que estamos juntos.
Ou tão lentamente quanto os dias em que espero para te encontrar.
Enquanto isso o barco segue enfrentando os contratempos.
Inclina-se um pouco, mas ergue-se e continua navegando.
Navega somente com a força dos ventos.
Leva-me consigo e espera o momento em que você queira embarcar.
E aí, sentiremos a brisa suave que soprará em nossos rostos.
E nos amaremos mais que hoje e não menos que amanhã.

PASSADO É PARA SE VER PELO RETROVISOR

Há algum tempo atrás escrevi diversos textos.
Em alguns deles frases que me são inspiração para os dias de hoje.
Num deles escrevi:
“Esqueça os ferimentos dos teus pés, pois tu ainda tens os pés e um longo caminho”.
Hoje tenho vários ferimentos, alguns nos pés, outros não.
E assim como tenho um longo caminho, eu tenho alguns ferimentos que devo esquecer.
Em outro texto escrevi a frase:
“O tempo fecha as feridas, mas não apaga as cicatrizes”.
Portanto, levarei as cicatrizes todas comigo.
E num dia qualquer lembrarei dos ferimentos de tais cicatrizes.
Lembrarei das cicatrizes que deixei em outros que como eu, se machucaram.
Enfim, escrevi vários textos no passado.
Passado é uma palavra que significa algo que passou.
Onde aprendemos tudo ou não aprendemos nada.
Eu espero ter aprendido.
Assim como espero ter ensinado.
Mas e presente, o que é?
Como li uma vez numa frase que não foi minha.
É o hoje, e é uma dádiva, e por isso se chama presente.
E se é um presente, preciso vive-lo intensamente.
Tendo o aprendizado de tempos atrás.
E os objetivos de tempos à frente.

OPÇÕES

O que seria do preto se todos gostassem do branco?
O mundo seria chato sem tons.
Não haveriam diferenças e nada para discussão.
Não existiriam o vermelho, o verde, o azul e o amarelo.
E mesmo sabendo que estas cores de nada surgiram 
do preto e do branco, há uma certeza que surgiram para
se misturarem com eles e criar novos tons.
O que seria do homem se não existisse o amor?
O mundo seria um lugar onde o ódio imperaria e as
pessoas não sentiriam vontade de estar com as outras.
Mas por que o amor acaba então?
É para que usemos a mesma opção das cores, ou seja,
amar novamente ou ignorar que o amor existe.
Algumas vezes podemos deixar de gostar do branco por
acharmos o colorido mais bonito.
Mas com certeza não podemos deixar de gostar do amor
por acharmos a liberdade mais interessante.
O branco é mais bonito se combinado com outras cores,
assim como o amor é mais gostoso se não for sufocado.

ONDE ERREI COM VOCÊ

Errei contigo quando deixei de ressaltar sua beleza mais vezes. 
Vi suas qualidades, mas não enxerguei que precisava delas. 
Errei quando não queria seu corpo no meu para sentir a intimidade de nós dois. 
Quando deixei de ter quando eu não queria. 
Troquei momentos íntimos por horas de trabalho além da jornada. 
Passei horas no chuveiro só, para chegar na cama quando já estivesse dormindo. 
Por várias vezes tomei banho com a porta trancada para que você não entrasse. 
Nas vezes que precisou de um afago eu não te dei. 
E quando me beijou eu não te beijei. 
Não andava de mãos dadas, mas porque estávamos mais longe do que dois braços de distância. 
E não tentamos encurtar o espaço que se formou entre nós. 
Lembrava sempre dos bons momentos que tivemos, mas não fazia questão de vivê-los novamente. 
Era parte do passado e não os queria no presente. 
Mesmo sabendo que foram os melhores anos de minha vida. 
Também tive na época uma fase que devia ser esquecida. 
Errei contigo quando comecei a te chamar pelo nome, sem a doçura de um apelido. 
Errei contigo quando comecei a andar na frente e te deixei para trás. 
E quando percebemos, já não nos víamos mais. 
Não fiz mais loucuras de amor por ti. 
Deixamos de fazer travessuras juntos. 
E não íamos mais a praia para fazer amor na areia. 
Não te beijei mais sob a chuva. 
E os beijos foram ficando escassos. 
Tudo ficou resumido ao simples e básico. 
Deixei de te escrever bilhetes, e quando precisava não mais os encontrava. 
Não te liguei quando esperou, e não atendi quando ligou. 
Errei contigo de diversas formas. 
Você errou comigo de diversas maneiras, mas hoje isso não nos importa. 
Não temos mais como errar um com o outro. 
São apenas lições de vida. 
São dicas para quem quer aprende-las.

QUAIS SÃO NOSSOS ERROS?

Erramos com nossos pais por...
Não ter compreendido quando precisaram ser duros.
Não ter agradecido por terem nos colocado no mundo.
Ter sido ingratos e não ter retribuído o carinho que nos deram.
Não tê-los abraçado tanto quanto mereciam.
Ter deixado de dizer eu te amo quando precisavam ouvir.
Deixá-los envelhecer sem a dignidade que merecem.
Esquecer de lhes dar a atenção e o carinho que necessitam.
E jogá-los de um lado para o outro como se fossem estorvos.
Erramos com nossos filhos por...
Esquecer que são dádivas.
Não cercá-los de amor, carinho e atenção.
Não semear neles coisas boas.
Esquecer deles por causa de trabalho.
Deixar de ensiná-los a diferença do certo e o errado.
Fazer que percam suas fases na vida.
Não deixar que brinquem como brincávamos.
Não orientá-los quando estiverem aprendendo.
Deixar que aprendam como pensam, sem mostrar se é certo ou errado.
Não freia-los quando estiverem passando da linha.
Deixá-los ver na rua amigos melhores do que poderiam ter em casa.
Não deixar que voem com suas próprias asas.
E que encontrem seus parceiros e seus caminhos.
Erramos com nossos amigos por...
Ter deixado de lhe receber com um sorriso.
Não ter dado um conselho quando foi preciso.
Não ter dado uma bronca necessária.
Não ter pedido desculpas por uma palavra dita de forma errada.
Ter estado ausente nas horas difíceis.
Não ter lhe dado um ombro para chorar.
E nem ouvidos para desabafar.
Erramos com nossos parceiros...
Por não expressar nossos sentimentos.
Economizar palavras de elogio.
Deixar que a relação vire rotina.
Não apimentar a vida amorosa e sexual.
Deixar de ter momentos íntimos.
E erramos por não compartilhar.
Sejam horas felizes, sejam momentos de tristeza.
Enfim... Erramos muito.
Às vezes até sem querer.
Mas o mais importante é que aprendamos com os erros.

AGRADECIMENTO À MÃE

Eu ainda estava em teu ventre quando senti os primeiros carinhos.
Você alisava aquela grande barriga, redonda como a Terra.
Ouvia quando conversava comigo num monólogo solitário.
Eu queria responder-te, mas eu não sabia falar.
Então eu te chutava e te dava socos.
E você perseguindo meus chutes.
Eu sentia em teu corpo a felicidade de ter-me dentro de ti.
Eu deformei o teu corpo e suguei o teu sangue.
Mas mesmo assim você me amava.
Eu podia sentir na tua pele e na tua temperatura.
Você me guardou por vários meses, sempre com amor e carinho.
Mas chegara o momento de eu vir ao mundo.
E eu estava ansioso para te conhecer.
Você estava se divertindo, quando eu te privei dos teus prazeres para me deixar nascer, e enfim eu nasci.
Desocupei o teu corpo para ocupar apenas o teu coração.
Acabara o teu sossego e tuas horas de sono, e começara naquele momento a tua dedicação para mim.
Eu fui crescendo, aprendi a andar, comecei a falar.
Mas a primeira palavra que eu disse não foi “mamãe”.
E nem assim você me achou um ingrato.
Você me  cercava de cuidados e eu não sabia te agradecer.
Eu cresci e me tornei adolescente, mas nunca te agradeci.
Gritei com você, te fiz chorar, e sempre tive o teu perdão.
Agradecer, eu nunca te agradeci.
Por ter me levado dentro do teu corpo.
Ter me acalentado em teus braços quando eu chorava.
Ter me agasalhado com teu calor materno para que eu não me sentisse só.
E eu nunca te agradeci.
Agora eu sou um adulto, um ingrato adulto.
E só hoje minha mãe eu escrevo esta linhas para te agradecer.
E me desculpar pelas noites mal dormidas.
Por deformar o teu corpo.
E por nunca lhe ter feito um carinho como aqueles que você sempre me fez.
Talvez eu nunca tenha lhe dito que eu te amo.
Mas saiba que eu te amo, minha mãe. 
Do meu jeito, mas eu te amo.

A LUA E O LUAR

Ó Lua tão distante.
Diante de ti fico a pensar.
Olhando-te a todo instante.
Como é belo o teu luar.

Na minguante tú se esconde.
Reaparece na crescente.
Volta cheia de beleza.
E fica nova novamente.

Meus pés pisam a areia.
Meus olhos miram a ti.
Caminho em pensamentos.
E te encontro por aí.

Olha para o mundo.
Ilumina o meu caminho.
Sei que estás tão longe.
Mas não me sinto tão sozinho.

Como uma luz no fim do túnel.
No céu escuro te vejo tão clara.
Tú passeia pelo mundo.
Tú não descansa, tú não pára.

Teu luar é místico.
E também é tão belo.
Em tú predomina o cinza.
Em teu oposto o amarelo.

Amanheceu, é dia.
É noite em outro lugar.
Lá vai você linda Lua.
Encantar com o teu luar.

Vai linda Lua.
Procurar o teu remanso.
Vai minha Lua.
Tú merece o teu descanso.

MEU FILHO LEONARDO

Tu és a minha luz.
Tu me trouxeste a maior alegria.
Tu me deste a chance.
De reaver o que perdi um dia.

Deixei me perder no caminho.
Quando era um jovem despreparado.
A benção de ser pai de um filho.
E o deleite de tê-lo ao meu lado.

Às vezes os caminhos se desviam.
Tomam apenas estradas paralelas.
Mas como a vida continua.
Só temos a opção de seguir por elas.

Uma diferença agora existe.
Já não sou mais um jovem despreparado.
Hoje já me acho um homem maduro.
E nossos caminhos seguem lado a lado.

Não me perdoarei se falhar de novo.
Embora já tenha deixado algo a desejar.
Senão estaria todos os momentos contigo.
E estradas paralelas não precisaríamos trilhar.

São coisas que acontecem na vida.
Nem sempre a vivemos como desejamos.
Muitas vezes perdemos no caminho.
Várias pessoas as quais amamos.

Mas saiba meu filho.
Que a todo minuto penso em ti.
Como é bom me sentir pai do Léo.
Como é gratificante tê-lo aqui.

Não sei se um dia te darei mais irmãos.
Pois nem sei quais serão os meus caminhos.
Espero sim, segurar em tua mão.
E tentar guiá-lo por trilhas sem espinhos.

Em minha tentativa anterior eu falhei.
Não consegui manter meu lar.
Agora embora eu o tenha desfeito de novo.
Com você eu não posso falhar.

De meu primeiro filho ouvi algo que não esperava ouvir.
Pois nunca o deixei de lado.
Se não estive onipresente como queria.
Foi porque o destino havia nos separado.

Que Deus me permita vê-lo crescer.
E vê-lo se tornar um homem de bem.
Para que eu saiba que cumpri minha missão.
De vê-lo semear o amor que te dei em alguém.

QUANDO AS LÁGRIMAS ANTECEDEM A SAUDADE

Eu vi escorrerem lágrimas em teu rosto.
Mas os teus olhos não foram feitos para chorarem.
Eu vi tristeza em teu coração.
Mas teu coração só deveria conhecer felicidade.
Percebi em mim um sentimento de culpa.
Avaliei os meus atos e as minhas palavras.
Procurei falha em meu comportamento.
Pois eu disse que nunca tiraria o sorriso que existe em teus olhos.
Também disse que não faria sofrer o teu coração.
Portanto tu choravas naquele momento.
Aquele rosto que acariciei, aquela boca que beijei.
Tomadas por lágrimas que corriam sem constrangimento.
Extravasavam uma dor que mais tarde eu saberia ser saudade.
Meu amor como eu te amo e como eu te quero.
Quero te acalentar em meus braços.
Fazer-te adormecer e depois vigiar o teu sono.
E em teu sonho tu sentirias eu te beijar.
Molhar os teus lábios e acariciar o teu corpo.
E quando os teus sonhos parecerem realidade.
Quando os meus sonhos também se tornarem realidade.
Então estaremos juntos, mais amados e mais amantes.
Não quero que nada mude, nossas ações e nosso comportamento.
Que o desejo invada nossas mentes em qualquer lugar e a qualquer momento.
Que sobreviva o respeito e a admiração recíproca.
E que primordial se cultive o amor.
Aquele mesmo amor que começou de uma paixão.
Que entrou pelos seus olhos e também pelos meus.
Correu em nossas veias e nervos e alojou-se.
Da paixão brotou um sentimento. 
Um sentimento que hoje te fez chorar, e que também me fez chorar.
São lágrimas que antecedem a saudade.
Mas recorda-te dos bons momentos e sorria.
Lembre-se dos nossos risos, das conversas e das brincadeiras que fizemos.
E nos conformaremos por alguns dias.
Até que nos encontremos novamente.
E seja pelas mesmas lágrimas que derramamos hoje.
Seja pelo suor de nossos corpos, ou pelos fluídos que fluem do nosso prazer.
Que nosso amor seja sempre regado.
Como hoje, por tudo, e sempre.

HOMEM DO CAMPO

O homem do campo com sua enxada.
Caminha varando a escuridão.
Seguindo a pé pela estrada.
Vai cuidar de sua plantação.

O cheiro da terra molhada.
A plantação coberta de orvalho.
No campo os sinais da geada.
Pela frente mais um dia de trabalho.

Já começa a amanhecer.
E o homem com sua enxada.
Com o orvalho a se derreter.
Já vai trabalhando a terra molhada.

A enxada na mão vai revirando a terra.
E vai plantar sua esperança.
Mas o homem não sabe o que lhe espera.
É a desgraça e não a bonança.

Vem chegando uma tempestade.
Algo que o homem já conhece.
Vai trazer outra realidade.
Que ele não pede em sua prece.

A chuva é uma necessidade.
Para que o homem tenha uma boa colheita.
Mas depende de sua intensidade.
E por isso ele fica na espreita.

A chuva chega como sinal de esperança.
De que ela seja a salvação.
Mas a medida que o tempo avança.
Vai acabando com a plantação.

Já da janela de sua morada.
O homem do campo vê seu trabalho ruir.
Então vê que não sobrou mais nada.
E que novo trabalho há por vir.

A chuva cessa.
O homem pega de novo sua enxada.
Um novo ciclo começa.
Vai trabalhar a terra molhada.

Vai plantar novamente sua sorte.
E pedir em suas orações.
Que a chuva traga vida e não morte.
E alegria em seus corações.

Assim vive o homem que planta.
Com perseverança e com muita luta.
Ele tomba com o tempo, mas se levanta.
E enfrenta de frente a labuta.

Não são as dificuldades da vida.
Que irão fazer este homem ceder.
Haverá ainda uma sobrevida.
Até o dia que este homem morrer.

UM GUERREIRO TAMBÉM CHORA

Nesta noite eu tive um sonho.
Sonhei que tu estavas ao meu lado.
Teu sorriso, teu corpo e tua alma.
Eu sentia o teu cheiro, o teu toque, os teus beijos.
Podia estender minha mão e tocar os teus lábios.
Ali, entre carícias e desejo.
Estávamos longe da realidade indesejável.
A realidade que insiste em nos separar.
A realidade que transforma dias felizes em uma noite de revolta.
Mas eu havia de acordar e enfrentá-la como um guerreiro.
Um guerreiro que não derrama sangue e sim suas emoções.
Dizem que guerreiros não choram, mas te digo que choram.
Choram quando perdem a boa vontade em pregar a paz.
Choram quando são obrigados a empunhar armas.
Sim, os guerreiros choram.
Não sou um guerreiro de armas, mas sim de perseverança.
Que ouve ecoar dentro de si vozes de incentivo.
“Segue em frente guerreiro, faça prevalecer o teu desejo”.
“Esqueça os ferimentos dos teus pés e siga em frente, 
pois tu ainda tem os pés e um longo caminho”.
“Desvia-te de todos os obstáculos sem alterar a tua 
trajetória e se for preciso, transponha-os”.
É o que diz meu coração ao lembrar-me de teu rosto.
E o que diz meu pensamento ao esmagar o meu desânimo.
É o que me faz enfrentar feras e exércitos.
Porque sei que no final de toda batalha, estarei com você.
Em teus braços, vendo o teu sorriso e sentido o teu cheiro.

ONIPOTENTE SENHOR DA GUERRA

Já escrevi diversas poesias por amor.
Por estar feliz ou por ter saudade.
Mas é por tristeza que hoje escrevo o que sinto.
E é incompreensão pela insanidade.

A insanidade do próprio homem.
Que manda pais, irmãos e filhos a guerra.
Ensurdecido por sua ambição.
Não houve os gritos do povo que berra.

Pedem para o mundo paz e harmonia.
E que se conjugue mais o verbo amar.
Para que seja cada vez mais possível.
Mudar o significado do que é matar.

Matar sim, mas a fome do povo.
Povo que com ela ainda convive.
E que embora viva precariamente.
Mantém sua fé e sobrevive.

Mas alguns homens inventam suas guerras.
E antecipam o extermínio da humanidade.
Impõem terror ao resto do mundo.
Que assiste a tudo com passividade.

Enquanto pessoas ainda morrem de fome.
Em guerras se queimam fortunas.
Porém a fome, a pobreza e a guerra.
Para muitos ainda são oportunas.

Insanos contra insanos.
Poderosos e ditadores.
Não hesitam em impor ao mundo
A guerra e seus horrores.

Para alguns as guerras geram riquezas.
Para alguns as riquezas são o motivo delas.
Para alguns são o interromper de uma vida.
Estes últimos são os que morrem nelas.

Morrem vítimas, morrem fanáticos.
Morrem patriotas, mas nunca os culpados.
Eles nunca morrerão na luta.
Estes nunca são soldados.

As guerras varrem cidades e exterminam vidas.
Em contrapartida  acirram a valentia de um povo.
Que já sofreu os horrores das guerras.
E que hoje os enfrentam de novo.

Contra tudo e contra todos.
Se julgam protetores da Terra.
Que Deus um dia nos proteja.
Do onipotente senhor da guerra.

O FEITIÇO DA LUA

O Sol de põe e finda mais um dia.
Numa metamorfose o céu passa de azul a negro e estrelado.
O luar está claro e a noite apropriada para namorar.
Nesta linda noite eu estou solitário assistindo a um filme no céu.
Onde a protagonista é a Lua e as estrelas são coadjuvantes.
Formando o cenário perfeito para amados e amantes.
Mas onde você está se não está ao meu lado.
Eu te quero aqui, neste exato momento.
Que você deixe os teus afazeres e se transporte até mim.
Que o feitiço da Lua que encanta os enamorados derrame sua magia.
Conduza-te noite adentro e te repouse em meus braços.
Eu te recostaria em meu peito e alisaria os teus cabelos.
E juntos, como enamorados, apreciaríamos o céu estrelado.
Até que a paixão em nossos corações extravasasse o nosso desejo.
Os beijos, o contato físico e o sexo.
Fluindo naturalmente na ordem e no momento certo.
Eu beijaria o teu corpo de um extremo ao outro.
Abraçaria-te com tamanha força e tornaria impossível você me escapar.
E entre abraços e beijos eu te murmuraria no ouvido.
Um convite a ficar ali a noite toda comigo.
Dormir em meus braços e acordar de manhã ao meu lado.
E em teu sono tu me sentirias acariciar o teu rosto.
Faria-te sonhar e depois te acordaria com um beijo.
E o beijo seria apenas o prenúncio dos momentos de amor.
Faríamos amor pela manhã, agora sob a luz do dia.
Nossos corpos suados e nossas almas lavadas.
Uma auréola de felicidade sobre nossas cabeças.
Em nossos corações mais uma noite de paixão.
Em nossa realidade uma despedida próxima.
Pois você teria que ir embora, pelos menos por enquanto.
Tendo a saudade como companhia pelas próximas horas.
Ou talvez pelos próximos dias.
Eu ficaria aqui solitário outra vez.
E quando o Sol se pusesse novamente e findasse um outro dia.
Sob o cenário perfeito eu desejaria que você viesse até mim.
Seria forte o desejo e seria inevitável o feitiço da Lua.
Até que eu não necessitasse mais da magia. 
E tivesse que usar a força, somente a força. 
A força do meu amor por você.

ESTIAGEM

A paixão é uma intrusa que entra pelos olhos.
Domina o pensamento.
Conquista o coração e se torna sentimento.
Encontra-se no olhar e apresenta-se num sorriso.
Não disfarça e tampouco se camufla.
Está lá, escancarada no rosto da pessoa apaixonada.
Faz-se vulnerável contra a angústia pela saudade.
Delata a felicidade, mas também dá sinais de fraqueza.
São inimigos o tempo, o espaço e a distância.
Cabisbaixo cá estou, pensando no meu sentimento.
Lutando contra possibilidades e perspectivas.
Confesso que um pouco pessimista.
Pois se não há chuva, a terra seca e as plantas morrem.
Então me faço algumas perguntas.
Se a saudade aquece um coração apaixonado?
Se há angústia na impotência diante das impossibilidades?
Não comparo meus sentimentos a terra.
Não comparo meu amor às plantas mortas.
Mas comparo você a chuva, que trouxe vida a minha vida.
Que tornou floridos os meus caminhos.
Mas agora há estiagem e as flores começam a murchar.
Precisam de ti para que não deixes a terra secar.
As plantas morrerem e a vida acabar.

ESSÊNCIA DE POETA

Um poeta é movido a sensações, emoções e sentimentos.
Sejam de alegria, tristeza, amor, angústia , saudade, etc.
Eu sempre escrevi por amor, por alegria ou por saudade.
Mas por tristeza riscarei o que sinto neste instante.
Sei que escreverei linhas que talvez ninguém irá ler.
São linhas que relatam meu inconformismo e incompreensão ao ser humano.
Já que não me conformo pensar que o homem novamente vai a guerra.
E vai pensando em vence-la, destruindo cidades e acabando com vidas.
Pensar que se vence é um grande erro, só há perda nelas.
Perde-se tempo, espaço, identidade, etc.
Perde-se cabeça, tronco, membros, etc.
Perde-se homens, sejam eles amigos, irmãos, pais, filhos, etc.
E perdendo-se tanto, como apenas alguns homens iniciam uma guerra?
Homens como eu, tu, ele, nós, vós e eles.
Obrigando pessoas a conjugar verbos como odiar, matar, lutar, morrer, etc.
Quando estas pessoas deveriam estar conjugando verbos como amar e viver.
Hoje escrevo com profunda tristeza.
Por ver que o homem quando quer pode ser pior do que bicho.
Num dia fui filho, mas hoje também sou pai.
Portanto sou homem, pai, filho, irmão e amigo.
Como os que se perdem nas guerras.
E não me conformo como homens  mandam  pais e filhos a guerra.
Como irmãos e amigos vão juntos para a guerra.
E como homens acham que pais, filhos, irmãos e amigos devam morrer.
Só para mostrar ao mundo...
Que eles pensam que são maiores que eu, tu, nós, vós e Ele.
Eu posso não ser um poeta.
Mas sou movido pela mesma inspiração deles.

DESPEDIDA DA SOLIDÃO

Vai se embora solidão.
Encontrei alguém para o seu lugar.
Não seguro mais em sua mão.
E agora vou lhe deixar.

Por alguns anos convivemos juntos.
E você foi a minha companhia.
Tentei lhe afastar por várias vezes.
Mas o destino não permitia.

Nas minhas noites de insônia.
Em que rolei na cama desesperado.
Projetei no escuro os meus pensamentos.
E os assisti com você ao meu lado.

Eu tive você como minha sombra.
E em nenhum momento eu me conformei.
Mas a situação exigiu paciência.
E por algum tempo eu suportei.

Não foram dias e nem meses.
Foram alguns anos de minha vida.
Mas agora o momento é outro.
E é o momento de sua partida.

Agora vai se embora solidão.
Aqui não é mais o seu lugar.
Eu não sou mais a sua companhia.
E já encontrei alguém para amar.

Aprendi com o nosso convívio.
Que ser só é muito triste.
Forte de espírito seja o sujeito.
Que vive de solidão e resiste.

Solidão é um estado de espírito.
O qual pode-se sentir mesmo acompanhado.
Mas que Deus me permita viver bem o presente.
E que faça da solidão parte do meu passado.

CORAÇÕES EM BATALHAS

Fomos voluntários a entrar nesta guerra.
Pois nossos corações nos alistaram.
Então empunhamos a espada, e desta vez convictos.
Dispostos a encarar os inimigos e vencê-los.
Aliados à nós somente a vontade e o desejo.
O tempo é nosso inimigo, mas contornamos.
A distância é nossa inimiga, mas transpomos.
Com isso as situações tornam-se batalhas.
Batalhas das quais já vencemos muitas.
Perdemos terreno, sofremos baixas, mas nunca perdemos o brio.
Nos arrastamos nas trincheiras.
Saltamos sobre barricadas.
Fazemos das tripas coração.
Tudo para vencer esta guerra.
Combatemos em situações adversas.
Não sabendo se esta guerra terá um fim.
Em nossa guerra não derramamos sangue.
Mas despejamos nossas emoções.
Mas será que esta guerra terá vencedores?
Ninguém ganha com uma guerra.
Os soldados terão paciência para vencer os inimigos?
O outro lado irá erguer sua bandeira de rendição?
Ou teremos que continuar vencendo batalhas sem termos
certeza se um dia venceremos a guerra.

O BRILHO NOS OLHOS

Não tenho dúvidas que os olhos são os espelhos da alma.
E que denunciam qualquer coisa, mesmo as que são negadas.
Eles escancaram nossas alegrias.
Por eles escorrem nossas tristezas.
Alguns olhos apenas veem, mas alguns enxergam.
Enxergam que às vezes, quando os olhos brilharem.
É o momento de seguir em frente.
E de deixar tudo que passou como lembrança.
Dos momentos que o brilho dos teus olhos significavam o oposto.
Quando significavam que a busca acabara.
Então, por isso vejo que mesmo o brilho dos olhos tem duplo sentido.
Assim como um choro representa alegria e tristeza.
O sorriso do teu olhar hoje me diz outra coisa.
Mas isso não me entristece.
Pois é algo que de maneira nenhuma quero que esconda.
E não importa qual o motivo que o faça brilhar.
A busca por tal brilho nunca deve cessar.
Que surja em todos os rostos o brilho de um sorriso.
E que ele seja o indício de uma década de vida.
E se Deus fecha uma porta, mas abre uma janela.
Que por essas janelas brilhe esta luz que guiará nossas vidas.

A BENÇÃO DE TERMOS UM ANJO

Quando nasce uma criança.
Uma benção do céu cai sobre nós.
Um anjinho que por meses esperamos.
Que vem para alegrar pais, tios e avós.

Vem tornar nossas vidas mais belas.
Vem completar os vazios existentes.
Vem realizar nossos desejos e sonhos.
Essas crianças são nossas sementes.

Semente que foi plantada há alguns meses.
Regada com carinho, amor e atenção.
Desabrochada em seu nascimento.
Se tornará corpo, alma e coração.

Um bebê encanta a vida.
E não apenas de seus pais.
Pois quem presencia um nascimento.
Não o esquecerá nunca mais.

É um momento dos mais sublimes.
Vida surgindo de outra vida.
A ansiedade de quem está de fora.
E que espera pela sua saída.

O bebê nasce e deixa o corpo da mãe.
E agora ocupa muitos corações.
Pois quem olha para uma pequenina criança.
Não consegue conter as emoções.

Acalentado em nosso colo.
Ficamos imaginando com quem parece.
E agradecemos então a Deus.
Por Ele ter ouvido nossa prece.

Ter nos abençoado com uma criança.
Que irradiará felicidade a todos.
Sejam pais, tios, padrinhos e avós.
Ficarão todos com cara de tolos.

A mãe feliz da vida.
O pai se achando o tal.
Ele por ser semeador no início.
Ela por ver o resultado final.

Mas não só os pais ficam felizes.
Fica também quem ama a vida.
Pois nos enche de felicidade.
Ver uma criança, e que esta é querida.

Muitas mulheres dão luz a filhos.
Muitos homens se tornam pais.
Mas amor, atenção e carinho.
Isto não oferecem jamais.

Poder ter um filho é algo divino.
Amá-lo e protege-lo é uma obrigação.
E quem não queira obrigar-se a nada.
Que não os tenham então.

Muitas crianças são desejadas.
Algumas infelizmente são rejeitadas.
Muitas crianças sofrem torturas. 
E muitas delas são abandonadas.

Toda pureza de uma criança.
Assim como também sua inocência.
Podem ser roubadas de sua vida.
Por atos seguidos de violência.

Violência e criança não combinam.
Criança merece amor e afeto.
Começando lá desde o início.
Quando a criança ainda é um feto.

Que Deus permita que toda criança.
Possa nascer rodeada de amor.
Que Deus de sabedoria e paciência aos pais.
E que eles amem seus filhos, por favor.

INDICAÇÃO DOS ASTROS

Eu busco nas estrelas uma nova direção.
E no escuro procuro a luz.
Que uma estrela cadente surja como num piscar de olhos.
Para que no exato momento eu possa lhe fazer um pedido.
Dizem que estes pedidos se realizam, não sei.
Pois eu apenas fiz pedidos à lua.
Mas se os astros tem seus mistérios, quem sabe.
Eu possa conseguir algo que a lua já me deu.
As estrelas cadentes não surgem todas as noites.
Portanto, pode ser que demore mais.
Talvez mesmo sem pedir pode ser que apareça.
Ou pode ser que o que surgiu cresça.
Quem sabe só precise pedir que o destino nos cruze.
E que nos coloque sob o teto de estrelas.
Sob a luz da Lua.
E que deixe que tudo aconteça.
Que seja sobre a grama molhada.
Que seja sob os pingos da chuva.
Que seja sobre a areia fina da praia.
Que seja contra tudo e todos.
Mas que seja belo com já foi uma vez.
Que me faça sair de minha cidade.
Que me faça voltar a escrever.
Que me faça perder a cabeça.
Mas que me faça me sentir completo.
Que seja um remake de história passada.
Que tenha uma outra protagonista.
Que tenha locações diferentes.
Mas que a história também seja bela.

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO

Fim de ano, fim de etapas.
Algumas vencidas, outras perdidas.
Neste ano tive derrotas.
Mas também tive conquistas.
Recuperei, perdi de vez.
Conheci pessoas, me descobri.
Eu me expus, eu me fechei.
Em alguns sentidos me realizei.
Assim termino meu ano.
Com um balanço positivo, eu acredito.
Tudo dito pelo não dito.
Pessoas novas em meu caminho.
Entes queridos eu perdi.
Mas ainda bem que não para a morte.
Perdi apenas para a sorte.
Então que seja para o meu bem.
E que no novo ano eu encontre alguém.
Que eu possa desfrutar de meus frutos.
Tendo mais prazer de os ter semeado.
E que eles tenham aprendido o que fora ensinado.
Um deles esteve distante.
Ele me deu tristezas, me exigiu força.
E somente ao término do ano que finda.
Percebeu que muito tem a viver ainda.
O outro tenho sempre ao meu lado.
Foi minha inspiração e minha companhia.
Tendo sido a alegria do meu dia a dia.
Agora um novo ano começa.
E eu já o inicio com pressa.
Deixo nas mãos do destino.
Coloco perante a vontade de Deus.
A única coisa não atendida dos pedidos meus.
Um novo amor com quem eu possa contar.
Uma nova pessoa pra me realizar.
Adeus ano velho, feliz ano novo.
Que tudo se realize, no ano que vai nascer.
Sabedoria, paz, amor e saúde.
É tudo que peço pra ter.

O AMOR QUE LEVAMOS

Nem sempre a porta que se abre tem algo que nos espera.
Assim como dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
O destino nos prega peças.
E nos ensina a não ficar sobre o muro.
Dúvidas na vida, nós temos muitas.
Nem sempre sabemos qual caminho escolher.
Nos deparamos com estradas íngremes.
Navegamos por mares em calmaria.
Tudo faz parte do ensinamento.
Pois podemos ter certeza de que hoje sabemos mais do que em vidas passadas.
E é certeza também, que somos melhores do que fomos.
A vida é sempre um aprendizado.
Aprendemos com os erros e com os acertos.
Há coisas passageiras, bens não duráveis.
Vivemos para juntá-los e morremos sem levá-los.
Da vida só levamos o amor que plantamos.
Isso é fato e não é delonga.
Ficam pra trás o ódio, a mágoa e as riquezas.
Portanto, não adianta cultivá-los, juntá-las.
Devemos amar e plantar o amor em nossos filhos.
Instigá-lo a surgir por um amigo.
Deixá-lo surgir por alguém que cruze nosso caminho e nos faça tirar os pés do chão.
Depois cultivá-lo como uma árvore que poderá alcançar o céu.
Isso é o que levamos.
Não é pura ficção que vemos nos filmes.
É a bagagem que nos acompanha em nossa viagem final.
Então devemos abrir o coração aos golpes do destino.
As opções estão aí para serem tentadas.
Tentar perdoar a quem nos tem ofendido.
Pois se queremos ser felizes por um dia, revidamos.
Mas se queremos ser felizes por uma vida, perdoamos.
Sigamos nosso coração, por vezes ele sabe melhor que a razão.
Optemos pelo duradouro, mas estejamos cientes que nada é eterno.
Quando pensarmos que um ciclo termina.
Entendamos a dúvida se ele pode ter sido apenas interrompido.
Tentemos decifrar os enigmas do amor eterno.
Que nos dá sensação de vir de outras vidas.
Tudo tem um final, apenas temos que entende-lo.
Para que não seja uma continuação sem pé nem cabeça.

AMOR, PALAVRA E SENTIMENTO

No tronco de uma árvore cravei quatro letras.
Duas vogais e duas consoantes.
Delas surgiu a palavra “amor”.
Privilégio de amados, sentimento de amantes.

Naquele tronco cravei a palavra.
Eu meu coração cravei o sentimento.
Sob a sombra daquela árvore.
Naquele lugar e naquele momento.

Nas areias da praia escrevi um poema.
E em versos conjuguei o verbo amar.
Tendo as estrelas como testemunhas.
Ali estavam eu, a Lua e o mar.

Do mar vinha o som das ondas.
Da Lua vinha o luar.
De dentro de mim surgia um desejo.
Era o amor querendo brotar.

Amar faz feliz quem sente.
Enaltece o sentido da vida.
No labirinto dos maus pensamentos.
É o amor que nos mostra a saída.

É algo que pode abrir feridas.
Mas também pode apagar cicatrizes.
Se verdade toda recíproca.
Permanece e cria raízes 

Amor é a conseqüência da paixão intrusa.
Que entra pelos olhos e invade o pensamento.
Depois domina o coração.
E se torna sentimento.

Com quatro letras escrevi a palavra.
Com meu sentimento defini o sentido.
Em meu poema conjuguei o verbo.
Amar, amar e amar.

MEU AMIGO NEGRO

Você chamou meu amigo de macaco.
Eu também sou macaco meu senhor.
Mas somos menos bicho que você.
Embora você seja da minha cor.

Meu amigo não é macaco.
Ele é gente como eu.
Muito diferente de você.
Que ainda não entendeu.

Há diferença na cor da pele.
Mas é apenas superficial.
No restante ele é igual a você.
É uma pessoa muito especial.

Temos a mesma lágrima transparente.
Temos o sangue da mesma cor.
A mesma batida de coração.
O mesmo sentimento de amor.

Sofremos as mesmas dores.
Sentimos a mesma emoção.
Ficamos tristes com essa atitude absurda.
Essa sua discriminação.

Se você separa pessoas pela cor.
Você se acha acima de quem?
Por fora pode ser um branco nojento.
Mas por dentro não é ninguém.

Eu sou branco como você.
E meu melhor amigo é negro sim.
Meu coração enxerga mais que meus olhos.
E meu amigo é um irmão para mim.

Meu amigo não é macaco não.
Ele é gente como você e eu.
É apenas de outra cor e raça.
E agora você entendeu?

Abomine a discriminação.
Contra negro, cafuzo ou mulato.
Eles são a miscigenação.
E a origem de quem somos de fato.

Racismo é crime meu senhor.
Mas o maior crime você não cometeu.
Você chamou meu amigo de macaco.
E com isto ele não se ofendeu.

O ofenderia se o chamasse de branco.
Então seria semelhante a sua cor.
E isto meu amigo negro não quer.
Seria para ele um dissabor.

Ter orgulho de sua raça.
É algo que meu amigo negro tem.
Tenho a honra de ser seu amigo.
E você, é amigo de quem?

MINHA AMADA

O destino nos prega peças e contorce nossas idéias.
O campo de visão se difunde.
Passamos a ouvir o coração, a ver pela emoção e a sentir o sentimento.
É encantador o surpreendente e é lindo o magnetismo do ser.
É gostoso demais amar você.
Mesmo que não seja como eu gostaria que fosse.
Eu adoro o teu jeito de ser.
Espero que você não mude, apenas que acrescente.
Pois penso nos teus receios e me impressiono pelo teus motivos.
Pensava que só fossem teus, mas agora sei que não são.
Levanto minha espada nesta conquista.
E abro meu peito aos golpes do destino.
O mesmo destino que me desviou de caminhos e me levou a você.
Quero muito de você, mas apenas a metade do que quero lhe oferecer.
Quero o acalento dos teus abraços.
Quero os bons fluídos que me contagiam pelos teus beijos.
Chorei porque queria sonhar, e sonhei.
E no meu sonho estava você.
Sonhei com um pássaro veloz transpondo a distância que nos separa.
Pedi que te levasse um bilhete.
E no bilhete estava escrito...”Te amo”.

UM ANO DE NOSSAS VIDAS

Neste um ano que passei ao teu lado.
Alternaram-se momentos em minha vida.
Por alguns minutos eu senti tristeza.
Mas por meses eu senti alegria.
Senti tristeza quando senti saudades.
Senti saudades da tua companhia.
Vivo cada momento como um presente.
Um diamante que encontrei um dia.
Uma jóia bruta.
Mas no interior um brilho surgia.
Ofuscava com tanta beleza.
Beleza interior cheia de energia.
Energia que irradia, todas as noites e todos os dias.
Toda hora e todo minuto.
Espantou a minha solidão.
E se numa noite eu pedi à Lua que encontrasse você para mim.
Eu pedi com toda a minha fé, e hoje você está aqui.
Esquentando-me durante as noites.
E aquecendo o meu coração.
Sendo minha mulher, sendo minha amiga.
Ouvindo e falando.
Com a ternura nos olhos, e o afago das tuas mãos.
Eu senti durante meses o que há muito tempo eu não sentia.
E por isto estamos juntos.
Neste dia, após um ano.
Após um ano de nossas vidas.
Apenas um ano de duas vidas.