quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

IDAS E VINDAS

Nas duas vezes, quando tentei voltar, já tinha passado o tempo e a curva.
Tive que seguir, olhando pelo retrovisor.
Via tudo ficando longe, cada vez mais longe.
Até chegar o ponto de não ter mais o que ver.
Ao menos no retrovisor, pois à frente, eu tinha um novo caminho.
Com paradas, pessoas, estradas, mares e o destino.
Em paradas cheguei.
Com pessoas me encontrei.
E pelas estradas eu sigo até hoje.
Por mares não me aventurei, pois quando os vi revolto, não me arrisquei.
Sempre preferi as calmarias e barcos seguros.
Tão seguros que neles eu navegava as cegas, no escuro.
E o destino? Ah! Deixo como está.
Sigo estradas, sozinho, mas melhor do que com uma carona incomoda.
Voltar, já voltei, e tudo estava mudado.
Novos ocupantes de vácuos deixados.
Novas fachadas de hospedarias que eu antes ocupava.
Onde eu descansava meu corpo, minha alma e minha mente.
Onde eu me sentia contente.
E então fui embora de vez.
E deixei que meu recanto prosperasse.
Sem saudade permitida, mas com lembranças contidas.
E assim eu sigo a vida.
Parando hora cá, outra hora lá.
E numa dessas idas e vindas.
A estrada que me levar, vai dar no lugar que eu quero chegar.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

TIO NÃO... AVÔ!

Às vezes, me chamam de tio.
Mas na verdade, eu já sou vovô.
Já passei de um cinqüentenário.
E não tenho nenhum problema com isso.
Minha mente ainda é jovem.
Meus pensamentos maduros.
Meu corpo ainda aguenta uma pelada.
A de bola, até já brinquei algumas.
Com meu filho e seus amigos.
Meus “sobrinhos” adotivos.
Lembro nessas horas, da minha infância.
E lembro mais ainda que tive uma.
Ao contrário de alguns senhores e senhoras.
Que apesar de terem a mesma idade que eu.
Furam bolas que caem nos seus quintais.
Resmungam quando veem crianças brincando na rua.
Esses sim, são velhos, não eu.
Envelheceram suas mentes e seus corações.
Ou da suas infâncias eles não têm recordações.
Eu, quando me olho no espelho.
Vejo um cinquentão bem cuidado.
E sinto orgulho de ser.
Pois sendo, tenho lembranças.
De todos os anos que eu fui criança.
As brincadeiras eram nas ruas e eram reais.
Como hoje as crianças nem sequer imaginam que foram.
Muitas nem sabem o que é gude.
E pião, só sabem jogar o lançado por botão.
Mas os joysticks, esses parecem extensão de seus corpos.
Até pequeninos, são feras.
Parte da culpa é nossa, dos pais.
Que por comodidade presenteamos com tecnologia.
E não tiramos a bunda do sofá pra lhes apresentar uma infância.
Mesmo sabendo que não a conhecerão mais sozinhos.
Como nós, os quarentões e cinquentões, a desvendamos.
Que pena! Mas talvez pra eles, a minha lhes seja um saco.
Eu, no meu ponto de vista.
Agradeço por ter nascido nos anos 60.
Que sorte!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

CAMINHOS TOMADOS

Só se arrependa dos teus erros que prejudicaram alguém, inclusive você, mas nunca dos que apenas mudaram o teu caminho, pois por aquele que deixou de ir, poderia estar a tua felicidade, mas por este que caminha, também está, apenas de outra forma e com outros nomes.

sábado, 7 de outubro de 2017

O MEU TEMPO PARA AS COISAS

Quando quero alguma coisa, tem que ser pra ontem.
Não tenho condição de esperar, nem vontade.
Tenho urgência, pois já perdi muito tempo.
Nem tenho como aguardar o tempo das coisas.
Tem que acontecer no meu tempo, depressa.
Não tolero o adiar das pessoas.
Muito menos o deixar pra depois.
Tem que ser “pá e pum”.
Porque depois pode ser tarde e a chance passou.
A oportunidade já está perdida.
A fome já matou.
Não tenho como investir no tempo.
Mas invisto suor e emoção nas minhas apostas.
Por isso tenho pressa.
Pra poder me dedicar logo.
Pra colher frutos rápido.
Não sei o meu amanhã.
Tampouco sei minha hora.
Só sei que um dia vou embora.
Sinto que vai ser tarde e que tenho muito tempo.
Mas mesmo com tempo, tenho pressa.
Faz parte de mim.
Para me prestar aos outros, é na hora.
Pra receber dos outros, tem que ser da mesma forma.
O que preciso, é imediato, pois não tenho como esperar.
Senão perco o controle.
O que eu quero, faz falta.
Mas não me tira o sono.
O que às vezes tira, é o que eu preciso.
Então por isso a pressa.
Tanto pra o que preciso quanto pra o que eu quero.
E pro segundo, há tempo espero.
Já arrisquei, conquistei e perdi.
Já esperei, deixei acontecer e desisti.
O tempo das coisas era mais lento que o meu.
E o momento de acontecer passou.
Talvez seja um defeito meu.
A pressa sobre as coisas.
Ou um defeito das pessoas.
O adiar e a falta de tempo inventada.
Quem quer dá um jeito, dá um passo.
Caso contrário, dá desculpa.
Arruma um empecilho.
Uso do artifício em algumas vezes.
Mas só na busca do que eu preciso.
Nunca para o que eu quero.
Para esse, não uso nem desculpa.
Comigo é “papo reto”.
O que eu preciso?
O que eu quero?

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

QUE O ACASO PROVIDENCIE

Que seja por acaso, seja lá onde for.
Vou cruzar contigo em algum momento.
Em teu olhar eu vou me perder.
Mas me reencontrar em sentimento.
Não espero o dia, só que aconteça.
Sem que seja numa busca por fotografia.
Mesmo tendo sido assim minha última sorte.
Já não busco mais da mesma maneira.
E perdi a expectativa em encontro marcado.
Quero a nostalgia do acaso.
Um encontro repentino na rua, eu sei lá.
Que apenas aconteça.
Um café, um papo, risos.
Um minuto de silêncio e o primeiro beijo.
E depois, deixar acontecer.
Talvez em algum lugar em comum.
No meio de pessoas, uma olhada.
Depois outra e uma encarada.
Uma conversa ao pé do ouvido.
Pra chegar bem perto da pele.
E pronto, “start”!

domingo, 24 de setembro de 2017

EI! PRESTE ATENÇÃO!

Ei! Você gosta de onde mora?
Sim, eu gosto, consegui comprar com muito custo.
Tenho todo conforto que preciso.
Uma sala ampla com uma grande TV de led.
E até um terraço pra receber os amigos.
Foi decorado de acordo com o que eu preciso pra estar bem.
Tudo do bom e do melhor.

Ei! Eu não perguntei do local onde o seu corpo mora.
Eu perguntei do corpo onde mora a sua alma.
Sua moradia desde que você nasceu.
E que se ajustou conforme você cresceu.
Sem sequer você comprar um tijolo.
Sem querer você colocar a mão na massa.
Você só precisou se preocupar com uma coisa.
E se olhando no espelho hoje, você acha que se preocupou?

Você só tinha que administrar a construção dele.
Com a qualidade do material que usava.
Pra que a obra, que é prima, e que não finda.
Nunca venha a desabar, antes de Deus mandar.
Então, assim como para a morada do teu corpo.
Você também usou tudo do bom e do melhor?
Afinal, é o teu corpo, a tua real morada.
Sendo nele que irá morar a sua vida toda.
E por ela você não gastou nada.

Agora se veja no espelho e olhe para sua casa.
Gastou mais tempo e atenção para qual das tuas moradas?
Aposto eu, que para a que mora o teu corpo.
E também aposto, que para a que mora a alma, não gastou nada.
Gastou sim, em apetrechos para enfeitá-la.
E quando os tira a noite, vê a morada arruinada.
Medidas imperfeitas.
Estrutura desgastada.
Sinais de rachaduras com o tempo.
Uma obra, que prima, mal cuidada.

Então, você já dentro da morada do teu corpo.
Vai curtir o bem estar com tudo o que comprou.
Assistir um programinha na grande TV de led.
Deitado no sofá hiper, mega confortável.
Controle remoto na mão pra não precisar se levantar.
Afinal, trabalhou duro para ter esse conforto.
E é hora de descansar o corpo.
Esquecer a correria, deixar fazer digestão, curar a ressaca.
Enfim, relaxar.

Mas e a morada da tua alma?
Em momento nenhum, a obra, que é prima, para.
Nem mesmo confortável como está.
Mas de repente, uma dorzinha leve no peito.
Que é logo ignorada.
Como não é a cama king size.
Para onde você vai, pra se deitar.
Para nunca mais se levantar.

A morada do corpo impecável e intacta.
A da alma, frígida numa mesa de hospital
Um grande “V” de pontos no peito.
Depois de uma minuciosa vistoria dela.
E o que se descobre é que enquanto a TV era de led.
A maior obra do universo não estava tão bela.
Por ironia da prioridade que é humana.
Enquanto se desfrutava o conforto da morada do corpo.
A da alma te despejava do desfrute.
Das duas não se levou nada.
Sendo que uma era construída com ambição.
E a outra era apenas emprestada.

sábado, 23 de setembro de 2017

VERSO E INVERSO

Tem gente que nos faz tão bem.
E tem gente que nem cheira e nem fede.
Tem gente que a gente simpatiza logo de cara.
E tem gente que não entra nem a pau.
Tem gente que nos alegra até de mau humor.
E tem gente que não agrada nem com sorriso.
Tem gente que um ponto é frase.
E tem gente que uma frase é o ponto final.
Tem gente que deixa saudade.
E tem gente que não deixa nem sinal.
Tem gente que dá prazer ter por perto.
E tem gente que não dá nem no sexo.
Tem gente que vale a pena ter como amigo.
E tem gente que é melhor bloquear.
Tanto na vida como no Facebook.
Tem gente que dá prazer estender a mão.
E tem gente que não vale a pena mover uma pena.
Tem gente que torna a distância curta.
E tem gente que a curta distância é um duro caminho.
Tem gente que vale a pena, no meio da volta, voltar.
E tem gente que nem vale ir.
Tem gente que faz dez horas passarem despercebidas.
E tem gente que faz uma hora parecer uma eternidade.
Quando apenas 10 minutos já seria perda de tempo.
Tem gente que a gente contempla.
E tem gente que a gente não agüenta.
Tem gente que a gente pode confiar.
E tem gente que a gente tem que confiar é no nosso sexto sentido.
E se ele não confiar, se afastar.
Tem gente que a gente pode chamar de amigo.
E tem gente que não pode chamar nem de filho da puta.
Porque estaria ofendendo as putas.
Tem gente que inspira verso
E tem gente que o inverso.
E você? Em que parte da comparação está?

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

RELACIONAR E RACIOCINAR

Relacionamento ruim é o que mata, pois esse nos leva.
Mas nos deixando vivos, não existe relacionamento ruim.
Por mais sofríveis que tenham sido, não foram ruins.
Nos deixam lições, já que lembranças a gente apaga até sem querer.
Nos ensinam o que não devemos aceitar, nunca mais.
Mostram faces de uma mesma pessoa durante um mesmo tempo.
O tempo que durou, sofrível ou não, mas que se aceitou.
Nos relacionamentos a gente fica porque quer.
Por seguir o coração ou por seguir a razão.
Raramente os dois ao mesmo tempo, o tempo que aceitou ficar.
Ninguém se acorrenta e pode sair a hora que quiser.
Ninguém é acorrentado é pode deixar se quiser.
Tem que durar enquanto é bom e ser bom enquanto durar.
Se não for assim, é sofrimento e não relacionamento.
Não precisa ter um anel, mas um elo.
Não precisa de um papel, mas estar escrito nas estrelas.
Não precisa de testemunhas, só de um par.
O relacionamento bom existe, quando resiste.
As intempéries do dia a dia a dois, a três, a quatro, ou quantos filhos vier.
E quando não resiste, nem por isso deixou de ser bom.
Ensinou, fortaleceu, semeou e terminou.
Te enverga, mas não te quebra.
A não ser que sejamos fracos.
Que amamos mais num relacionamento do que a nós mesmos.
Que dedicamos o amor próprio a terceiros.
Sem sequer termos a certeza de que recebemos o mesmo.
Relacionamento não é ruim, pelo contrário.
Só precisamos ter em mente que pode não ser eterno.
Façamos apenas que seja duradouro.
E que seja bom enquanto dure.
Senão... Guarde as boas lembranças num canto do coração.
Porque as ruins, assim como o nosso próprio corpo cicatriza as feridas físicas.
O tempo cicatriza as emocionais.
Não carregue o ruim deles, carregue a bagagem.
Não alimente inimigos deles, só se distancie, se for para o seu bem.
Mas as vezes é preciso ter por perto, dos filhos.
Então que sejamos ótimos amigos.
Um relacionamento pode não ter acabado por tropeço de ninguém.
Apenas durou pelo tempo que teve que durar.
Seja pra nos realizar ou pra nos ensinar.
Assim como uma vida, que pode ter sido breve ou centenária.
Viveu-se o tempo que Deus deu pra viver, pra cumprir uma missão.
O forte sabe, que até na dor se aprende.
Enquanto a gente não morrer, todo relacionamento é bom.
Então...  Só é ruim mesmo, o relacionamento que mata.

sábado, 12 de agosto de 2017

SAUDADE DE NAMORAR

Saudade da alegria, do entusiasmo, da paixão.
Que me surgiram apenas três vezes na vida.
Sempre em morenas, cada vez mais morenas.
A primeira me apaixonou novo e foi o primeiro amor.
Decorreram alguns anos bons, dentre os quais cometi meus piores erros.
E aceitei situações absurdas calado.
Por isso, enfim, não soube conduzir bem e descarrilhou.
Mas de todo esse desastre uma benção ficou.
A segunda eu apaixonei nova, bem mais nova do que eu.
Esse não começou bem, mas depois de um ano, aí sim “startou”.
Fez me deslocar de cidade levado pela saudade.
Me fez enfrentar uma fera.
Me levou a fazer loucuras no sexo.
Fosse onde fosse e a qualquer momento.
Me ensinou alguns valores.
Aprendi a ser maduro durante esse tempo.
E quando comecei a ser escritor.
Relacionamento quente e fervoroso.
De onde surgiu um fruto desse amor.
Quanto a terceira, a mais morena.
Que eu comecei a apaixonar por causa dos olhos.
Ou melhor, pelo sorriso do olhar.
Mais diferença de anos ainda.
Duas décadas pra ser mais exato, mas e daí?
Essa já me apaixonou maduro.
Mas nem por isso isento de falha.
Falha de ações, assim como de pensamentos.
Tão quente como os outros.
Aliás, todas as minhas paixões foram assim.
E uma outra coincidência é que todas tiveram um fim.
Da primeira eu tenho pouca lembrança.
Da segunda, eu tenho de muitos momentos.
E da terceira e a mais recente.
Dessa eu tenho muita.
Do desejo, do beijo, da paixão e do sexo.
Da beleza do sorriso dos olhos e da pele morena.
Dos cabelos longos, do jeito menina, da fala de mulher.
Do mau humor e da alegria de me ver.
Do topar tudo e a qualquer hora.
E enfim, por ser a mais recente, mas tomara que não a última.
Por isso escrevo sobre a saudade.
Da alegria de gostar de alguém.
Do entusiasmo de poder tê-la.
Da paixão que brotar por ela.
Não tenho mais o mesmo peito aberto.
Embora deseje ter alguém por perto.
Alguém que tenha um brilho no olhar.
Por quem eu venha a me apaixonar.
E a partir daí, a gente cultive, e vamos ver no que vai dar.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

OS DEPOIS DA VIDA

Advérbio de tempo, depois, pode ser tarde, pode ser nunca.
É o agora não, e a possibilidade de querer o que não se pode ter mais.
Como cheirar a flor já murcha, invés dela bela e perfumada.
Entre o passeio dos ponteiros do relógio pode ser qualquer hora.
Mas hora que não se pode fazer mais nada a respeito.
No relacionamento estremecido, pode ser a palavra certa.
Tardia, quando não há mais com quem conversar.
Pode ser a distância entre a chance da vida.
Quando do outro lado estiver a oportunidade perdida.
No “D” você a tem, mas ao soletrar, no “S”, pode não ter mais.
As coisas acontecem depressa e o depois pode ser muito tempo.
Talvez o nunca mais conseguir se despedir de quem morre.
Depois eu faço, mas fazer o que, se já foi feito.
Depois eu amo, mas amar quem, se ela cansou de te esperar.
Depois eu me desculpo, mas não precisa, porque a benevolência se foi.
Perdeu-se o tempo da ação e reação.
A reação acontece antes da ação e no depois não sobra nada.
Ou fica o café frio no copo, que não foi bebido enquanto quente.
Porque beber o café ficou pra depois.
O assado da ceia que queima, porque tirá-lo do forno ficou pra depois.
E na ceia com a família não se come da carne.
O pôr do sol que não se viu naquela tarde, porque ficou pra depois.
E nos dias seguintes só houve dias nublados.
Tantos deixar pra depois quando eram os momentos certos.
Tantas coisas lindas que poderiam ter sido vividas.
E não foram, mas depois... O coração parou.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

UM TEXTO SOBRE PASSADO

Tem gente que não gosta de reviver o passado e ver fotografias antigas. Eu adoro, pois nelas eu revejo um pouco da minha história e cada tijolinho que me tornou o que sou hoje. Pessoas que me foram importantes, que já se foram pela morte ou até mesmo pela vida, mas que não fazem mais parte da minha vida hoje. Algumas saudosas, outras nem um pouco, mas que estão em fotografias. A gente não pode viver do passado, mas relembrá-lo eu acho de suma importância. Cada pessoa que já passou por minha vida, não passou por acaso. Cada uma que saiu, nem sempre deveria e algumas deixam saudades, mas a vida segue. Amigos perdidos no caminho, amores substituídos e familiares perdidos pra morte. Imagens que mostram o quanto as pessoas mudam com o tempo. Filhos e sobrinhos que crescem, cabelos que caem, pessoas que engordam. Gente que assim como o patinho feio, se torna cisne depois que cresce. E saudade... Como bate saudade vendo fotografias antigas. Por vezes, bate até algum arrependimento, muito por relacionamentos rompidos, tanto amorosos, como familiares e de amizade. Nessas horas, às vezes a gente se pergunta... Por quê? Como teria sido? Como voltar? Passado é algo pra se olhar pelo retrovisor, mas assim como na direção de um carro, ninguém deve dirigir (a vida) sem olhar nele.

domingo, 6 de agosto de 2017

A FELICIDADE

Felicidade é um estado relativo, muito pessoal.
Pode ser uma situação pra uns e o oposto de outros.
É algo imedível que pode ter uma dimensão diferente.
Para pessoas que passem por uma mesma situação.
Felicidade é algo intangível que a gente sente.
Ver, pode-se ver só o efeito dela estampada na cara de alguma pessoa.
Ou até mesmo na nossa refletida num espelho.
Mas ela não tem forma específica.
Pode ser um prato de comida pra quem tem fome, ou não, pra quem tem fartura.
Pode estar num abraço, ou não, dependendo na nossa solidão.
Está no dinheiro pra quem faz dele prioridade na vida.
Está na família em paz, saudável e de bem com a vida.
Está na cura pra quem estava doente.
É a luz do sol pra quem volta a enxergar.
Ou não representa nada pra quem não enxerga a vida como uma dádiva.
Pode ser feliz cidade, quando voltamos pra cidade natal.
E quando a deixamos em busca de novos desafios em outra.
Pode representar a feliz idade quando se completa um centenário com saúde.
E quando vencemos a morte, a cada aniversário.
Felicidade pode representar para alguns estar entre amigos.
Como pode ser pra outros estar sozinho, mas estar em paz consigo.
Pode ser uma busca de alguns em várias bocas.
Ou pode ser o encontro em apenas uma com gosto de paixão.
Pode estar na doação de quem se doa tanto quanto em quem recebe um gesto.
O nascimento de um filho pode personificá-la.
O nascimento de um neto pode corroborá-la.
A felicidade não está à venda.
Embora alguns achem que tem preço e possam comprá-la.
Ela tem sim, valor inestimável.
Pode custar uma moeda, ou não ser conseguida com milhões.
Cada pessoa sabe o custo da sua.
A maioria busca ela em algum lugar ou em alguma pessoa.
Mas há quem a procure em alguma coisa.
Então, felicidade está em tudo?
Depende... Do que procuramos, de como a vemos e como somos felizes.

O QUE SÃO NOSSOS SONHOS

Nos meus sonhos eu já voei sem ter asas
Já viajei sem ter saído do lugar.
Visitei alguns lugares paradisíacos.
Fiz coisas inimagináveis.

Nos meus sonhos eu já reencontrei meu pai.
Em diversas situações estivemos novamente juntos.
Como se ele nunca tivesse partido.
Mas tive que acordar.

De sonhos que tive, várias vezes já acordei excitado.
Havia estado com mulheres neles.
Anônimas, cantoras, modelos e atrizes.
E até com algumas que já estive de verdade.

Em sonhos podemos ser como atores.
Viver roteiros malucos e fantásticos.
Podemos morrer em alguns e acordar num susto.
E estarmos vivos ao despertar.

Sonhos são invenções malucas da nossa mente.
Alguns são tão maravilhosos que lamentamos quando acaba.
E já acordados tentamos retomá-los.
Contudo, no fim de tudo, não há como emendar.

Sonhos são inexplicáveis até mesmo pela ciência.
Embora existam explicações publicadas.
Que não encaixo pra alguns sonhos meus.
Então prefiro não entender e sonhar.

Nos meus, não escrevo e nem sigo roteiros.
Vivo experiências que neles tiver.
Seja com que personagens surgirem.
Seja aonde eles me levarem.

Gosto de sonhar com meu pai.
Vejo-o nos meus sonhos igual como era.
Em alguns, lado a lado com minha mãe.
Como se nunca a tivesse deixado.

Quanto aos lugares paradisíacos.
Sempre os vejo com uma visão panorâmica do alto.
Como de uma águia voando e planando.
Nunca como se tivesse estado.

Mas nos sonhos com mulheres...
Ah... Esses parecem reais.
Então o que são nossos sonhos?
Definitivamente, não sei explicar.

sábado, 5 de agosto de 2017

SEJA VOCÊ

Seja pra mim o que quer que eu seja pra você.
Ou seja... Seja minha amiga e serei um bom amigo.
Seja passado e serei alguém que te deixara saudade.
Seja companhia numa fotografia e serei uma lembrança eterna.
Seja meu grande amor e serei alguém que mereça.
Serei seu parceiro desde que seja quem saiba jogar meu jogo.
E ambos seremos ganhadores.
Sem blefes, mas arriscando um pouco em algumas rodadas.
Noutras jogando apenas com boas cartas.
Seja pra mim a menina dos meus olhos e serei o colírio dos seus.
Seja a boca que me beija e serei um doce sabor nos teus lábios.
Serei teu prazer se for pra mim o gosto do desejo.
E ambos estaremos extasiados.
Me seja a dama e serei o vagabundo na outra ponta do espaguete.
Seja intimamente atrevida e te serei ousado.
Sejamos o arco e a flecha.
Mas nunca o sol e a lua, a não ser se houver eclipse total.
Seja o remédio e serei a dose certa pra cura, sem overdose.
Serei o pé direito ser for você o esquerdo.
Enfim... Seja o complemento.
Nem atrás, nem a frente, mas ao lado.
Seja você.
E ser for eu e você, sorte nossa.

REPETIR O QUE DEU CERTO, TER UM AMOR POR PERTO

Tempo atrás namorei.
Por quem me apaixonei.
Uma morena de sangue quente.
Como quente também era o sexo com ela.
Mas isso nem era o melhor dela.
O melhor foi cada momento.
Cada olhar, cada movimento.
Seus olhos sorrindo pra mim.
Delatando que por mim estava afim.
Paixão faz isso, nos tira do chão.
Nos aflora o sentimento, amplia cada sensação.
Em dado momento esse namoro acabou.
Só lembrança boa, foi o que ficou.
Tempo atrás tentei namorar novamente.
Mas um namoro que não foi pra frente.
Sem compatibilidade, sem química, sem tesão.
Nem ficou recordação.
Mas machuquei um coração.
Faz parte, quando um gosta mais que o outro.
Vai ferir quem não desiste primeiro.
De um relacionamento que não é por inteiro.
Depois não namorei mais, nem tentei.
Mesmo que depois pessoas eu tenha encontrado.
Me encontro mais fechado.
Pra possibilidades de não dar certo.
Embora eu queira ter alguém por perto.
Mas o que quero menos é ferir corações.
Então me restrinjo às minhas emoções.
Só vou me arriscar se valer a pena.
Como valeu com a morena.
Se eu enxergar algo nos olhos.
Que me hipnotizem e me conquistem.
Estes olhos existem, em algum lugar eles estão.
Tenho essa sensação.
Alguém vai me conquistar.
E ela eu também conquistarei.
Pra que nós dois possamos ficar bem.
Quando juntos, completos, quando longe, saudosos.
Tanto em dias de sol como em dias chuvosos.
Alguém vai me fazer me apaixonar de novo.
Estou fechado pra aventuras, mas aberto à um novo amor.
E enquanto isso não acontece, eu vou levando.
Caminhando e cantando, e seguindo a canção.
Distante, frustrado, mas confiante.
Desejando uma nova paixão.
Desejando não ferir um outro coração.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

GOSTOSA EM QUÊ?

Na verdade, estou solteiro porque espero uma mulher gostosa...
Gostosa de ouvir
Gostosa de olhar
Gostosa de estar
Gostosa de conversar
Gostosa de rir
Gostosa de ver sorrir
Gostosa de ver me olhar
Gostosa de pegar na mão
Gostosa de acariciar os cabelos
Gostosa de tomar banho junto
Gostosa de beijar
Gostosa de aparecer numa festa
Gostosa de ver de longe
Gostosa de estar por perto
Gostosa de ter saudade
Gostosa de transar
Gostosa de amar
Enfim... Gostosa
Se for gostosa de corpo, tudo bem.