quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

SIM, EU TENTEI

Ah, eu tentei.
E como tentei. 
Eu me abri.
Destranquei.
Abri a porta.
Eu deixei entrar. 

Eu despertei. 
Eu me revelei. 
Abri meu coração. 
Estava boa a sensação. 
Me dei a chance.
De me apaixonar. 

Ah, eu tentei. 
E novamente por um olhar. 
Pelo que consegue me encantar. 
Eu me declarei. 
Eu fui sincero. 
Sem medo.

Me deixar levar. 
Deixei a paixão brotar. 
Me senti renascendo de novo. 
Eu quis me entregar. 
Eu quis cuidar de alguém. 
Eu quis com ela estar. 

Estar sem ser só por desejo. 
Aquele carnal, tão habitual. 
Que eu estava evitando. 
Eu queria o bom beijo. 
Que toca fundo no coração. 
Que não é só tesão.

Eu encontrei. 
Então, eu tentei. 
Até quando, não tinha ideia. 
Até quando fosse legal. 
Enquanto fosse especial. 
E me tirasse do chão. 

Ah, eu tentei.
E em dado momento. 
O que achei em um sentimento. 
Não era igual.
Era medo. 
Não tinha reciprocidade.

Nesse momento eu parei.
De me abrir e de tentar. 
Eu apenas joguei na banguela. 
Até onde desse pra chegar.
Abri a janela. 
Sentimento ao vento.

Assim o vento leva.
Se dispersa.
Vai embora. 
E assim foi. 
Uma breve história. 
Mais curta do que eu queria.

Tentar, eu tentei. 
Eu me apaixonei.
Percebi que ainda posso isso. 
Sem medo de quebrar a cara.
Faz parte da minha vida.
Tentar.

Segue o barco ao vento. 
Levado pelas ondas e marés.
Quem sabe onde. 
Quem sabe quando. 
Quem sabe se. 
Se ele vai aportar.

Ah, eu tentei.
Mas tentar sozinho não dá. 

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