Saudade do tato, do toque e do beijo.
Da conversa olhando nos lábios.
A poucos centímetros de distância.
Saudade do cheiro, mas não do álcool.
E sim do perfume borrifado pra me seduzir.
Do cheiro dos cabelos bem cuidados.
Saudade de abraçar forte e ficar.
E o abraço forte levar ao beijo.
E o beijo, quem sabe, levar ao sexo.
Saudade dos encontros reais.
Seja com os amigos pra um chopp.
Ou pra um vinho, com uma mulher.
Saudade de tão pouco tempo atrás.
Dos hábitos normais.
Das relações pessoais.
E agora, tudo tão frio.
Tudo sem tato, sem toque, sem beijo.
Os lábios cobertos.
Tudo a mais de metro.
Sendo o álcool, o cheiro mais desejado.
Sem que os cabelos sejam tocados.
Não há os abraços.
Nem sequer os apertos de mão.
Sem encontros, sem sexo.
Reuniões virtuais pra juntar amigos.
Cada um no seu quadrado.
Na tela, na segurança de cada casa.
Até tudo passar.
Então, que passe depressa.
E que o calor humano não morra.
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