Quando os pais ensinavam educação.
Fosse na base da cinta de couro.
Tapa na orelha ou beliscão.
As brincadeiras eram na rua.
Os brinquedos, eram artesanais.
Quando não se podia comprar pipas.
As capuchetas eram de jornais.
O futebol era com pés descalços.
Muitas vezes com bola furada.
Cada chute dado no chão.
Uma parte do dedão era arrancada.
Eramos garotos ativos.
Nossas casas não nos seguravam.
Entrávamos apenas pra comer.
Porque as brincadeiras nos esperavam.
Não existia tecnologia.
Mas existia a imaginação.
Um aro de borracha e uma longa vareta.
Era pra nós uma diversão.
Três gravetos apoiados um no outro.
Mais dois pedaços de pau e uma bolinha.
Dois pra derrubar e dois pra rebater.
E a corrida na queda da casinha.
Naquele tempo, a gente empinava pipas.
E já tinha cerol na linha também.
Era apenas uma brincadeira de criança.
E linha com cerol não matava ninguém.
Tinhamos apelidos esquisitos.
Alguns até sobre a aparência de alguém.
Mas éramos fortes pra lidar com isso.
E todos cresceram normais, e bem.
Nós tínhamos respeito a escola.
Nossos professores eram respeitados.
Se algo parecia mal no boletim.
Os alunos que eram os culpados.
Tínhamos presidentes militares.
E dizem que era período de opressão.
Sinceramente, eu não vivi nada disso.
Se seguia regras, se tinha respeito e educação.
Eu posso rimar sobre o que vivi.
Não devem acreditar no que ouviram falar.
O passado foi um período memorável.
Se não sabe a verdade, melhor se calar.
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