Às vezes vejo filmes de romance.
Eu nem gosto, mas é o que tem pra ver.
Todos são praticamente iguais.
A mesma linha de história.
Duas pessoas, o acaso, e a história desenrola.
Ah o acaso! Agora só acontece nos filmes.
Duas pessoas que se conhecem na rua.
Na biblioteca, no mercado ou outro lugar.
Se olham, se curtem e começam a namorar.
Tão raro hoje na vida real.
Na era tecnológica do tudo virtual.
As pessoas sempre de olho da tela.
Nem percebem se alguém olha pra ela.
E se olha, não se atreve mais a chegar nela.
Hoje em dia, é assédio, não é mais paquera.
Como antigamente era.
Quando se arriscava apenas a levar um fora.
Se virava, encabulado, e ia embora.
Ou não, começava ali, um bom papo.
Sorrisos, risos, o conhecimento.
Um ponto de partida.
Quem sabe, pra toda uma vida.
Um início de namoro, o descobrimento.
Uma pessoa descobrindo a outra.
Seus hobbies, sua história e personalidade.
Mas a de verdade, tendo pouco a esconder.
Não a planejada num perfil de rede social.
O que hoje em dia, é tão habitual.
As fotos escolhidas a dedo.
Muitas vezes com filtros nelas.
Pra aparecerem mais belas.
As melhores palavras.
Frases muitas vezes copiadas.
Pensamentos nem sempre próprios.
Tudo pensado e programado.
Até o encontro.
Ah, o acaso!
Tão raro hoje em dia.
Na era da tecnologia.
Do olho fixado na tela.
Do assédio.
Da vida virtual.
Prática e dependente.
Nos fazendo esquecer de algo importante.
Que somos gente.
De coração, alma e mente.
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