Às vezes, pra uns é a primeira e às vezes, pra outros, não é a décima.
Às vezes, o seu primeiro amor, a pessoa ideal, é sua primeira namorada.
Às vezes, a coleguinha de sala do ensino médio.
Às vezes, a amiga da irmã do amigo, que vc encontrou na casa dele um dia.
Às vezes, acontece e se torna a pessoa ideal, até o final, seja do próprio amor ou da vida.
Se for da vida, essa pessoa foi realmente a ideal pra seguir junto.
Não importando o tempo que durou, mas que o amor durou.
Se for do próprio amor, o ideal é que deixe ir quem te foi ideal, mas não é mais.
Os ideais já não batem mais, nem as idéias.
Nem por isso as pessoas deixam de ser ideais, pra outras.
Os adjetivos e qualidades servirão pra outras pessoas.
Os defeitos ainda serão algo a se descobrir.
Talvez serão mais ou menos toleráveis.
E os buracos da peneira serão menores.
A lente da lupa será maior.
E então, a próxima pessoa ideal, poderá não ser a décima.
A pessoa fica mais detalhista, mais exigente.
Ela percebe aquilo que não sente.
Se atenta mais aos detalhes.
Como quem procura uma casa pra morar.
Ela mora numa que lhe trouxe problemas.
Ou que é ótima, mas apenas não cabe mais.
Então resolve se mudar.
Às vezes, se imagina na primeira que acha.
Às vezes, vê belas casas e não acha nenhuma ideal.
Acha que tem pouca luz, muito barulho ou reclama que não tem quintal.
Ou apenas não sentiu como a nova morada.
Não sentiu que poderia ser seu novo lar.
Embora pudesse ser ideal, não houve apego.
Então a décima não será a última.
Mas uma delas terá que ser.
Senão terá que morar na rua.
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