segunda-feira, 29 de outubro de 2012

LADRÃO DE OLHARES

Se não posso roubar-te um beijo.
Roubo de ti ao menos o teu olhar.
Que deparei em algum momento.
Em alguma fotografia ou algum lugar.

Se eu desejei roubar teus olhos.
É porque algo em teu olhar me atraiu.
Não foi o formato e tampouco a cor.
Foi porque ele sorriu.

Sorriso nos olhos são fascinantes.
Eu penso que transmitem algo diferente.
Deveriam aparecer mais vezes.
Ele poderia existir em mais gente.

Eu vejo num olhar algo que talvez só eu veja.
Mas que algumas pessoas não entendam.
Reconhecer um sorriso nos olhos.
Ver o brilho que eles desvendam.

Eu me apaixonei uma vez por um deles.
Foi a faísca que atiçou minha paixão.
Não foi o cabelo e nem o corpo delineado.
Foi o olhar que me chamou atenção.

Aprecio sim, seios e coxas.
Me atrai um belo decote ou um belo traseiro.
Mas ficam pra mim em segundo plano.
Pois são os olhos que miro primeiro.

Sou um ladrão de olhares.
E diversos eu já roubei.
Muitos deles não dirigidos a mim.
Mesmo assim eu os enxerguei. 

Em alguns eu percebi alegria.
Mas em outros em percebi tristeza.
Alguns eram correspondidos com afeto.
Outros eram com frieza.

As pessoas sorriem
As pessoas choram
As pessoas não enxergam.
Ou apenas ignoram.

Porém, eu vi o brilho no sorriso dos teus olhos.
E lhe desejo que jamais ele desapareça.
Posso não ser ninguém para você.
Isso não importa, irradie-o à quem mereça.

domingo, 28 de outubro de 2012

MULHERES TEMEROSAS

Mulheres... Hum!!!
Humanas medrosas.
Tem medo de tudo.
Belas manhosas.

Sexo frágil?
Elas são sim.
Algumas das que conheço.
Tem medo de mim.

E logo de mim!
Que sou mais poeta do que monstro.
Tudo que sou por dentro.
No primeiro dia, eu demonstro.

Algumas pessoas que me conhecem.
Dizem que sou transparente.
Então, meus caros amigos.
Espalhem pra essa gente.

Não sou nenhum santo.
Mas de louco não tenho nada.
Puxa, como é difícil.
Essa tal mulherada.

Dúvidas e indecisões.
Elas têm muitas na cabeça.
Se somos anjos ou demônios.
E temem que algum mal lhes aconteça.

Não arranco corações.
Me aplico apenas em arrancar gemidos.
Mas não de dor ou sofrimento.
Serão por meus atos atrevidos.

Morder? Eu mordo.
Eu dou sim, uma ou outra mordiscada.
Contudo, no fim de tudo.
Não deceparei nada.

Posso deixar algumas marcas.
E essas não cicatrizarão.
E quando vê-las novamente.
De mim te lembrarão.
  
Olharão para o vazio.
E darão risadas sozinhas.
Lembrarão de cada momento.
E que as marcas são minhas.

Diz uma frase que não é minha.
Mas que eu li um dia.
Que às vezes não temos o que queremos.
Por abdicarmos da ousadia.

Ouse, arrisque!!!
Não deixe que o medo prevaleça.
Pode ser que deixe algo bom passar.
E que nunca mais lhe aconteça.

Oportunidades são únicas.
Pode ser que nunca voltem a acontecer.
Como uma flecha lançada ou uma palavra dita.
Nada mais podemos fazer.

Mulheres, mulheres!!!
Quem somos nós sem elas.
No oceano de infinito azul.
Somos barcos sem velas.

Mas e nós?
O que somos pra elas?
Somos apenas monstros.
No ponto de vista delas.

Magoamos seus sentimentos.
Partimos seus corações.
Não temos vergonha na cara.
Somos imbecis valentões.

Vê-se que não conhecem os homens.
Digo ao menos por mim.
Sou imperfeito como todos.
Sim, eu sou assim.

AMADURECIMENTO

Como um fruto verde pendurado na árvore.
Já tens o formato, mas não tens a cor.
Ainda tens algum tempo para estar madura.
E ainda não tens o verdadeiro sabor.

Como um passarinho sob as asas da mãe.
Ainda só come o que a ela regurgitar.
Suas penas ainda estão por surgir.
E tu ainda não podes voar.

Como um regato que nasce lá longe.
Depende da água da chuva para crescer.
E se tu quiseres se tornar um grande rio.
Tu tens um longe caminho a percorrer.

O tempo passa depressa.
Os frutos da árvore amadurecem.
Os filhotes saem debaixo das asas.
Saltam de seus ninhos, batem asas e desaparecem.

Voam tão alto quão tão longe.
E suas vidas irão iniciar.
Irão encontrar seus parceiros na jornada.
E com eles deverão procriar.

Os pássaros alçaram seus vôos.
O regato se tornou um grande rio.
A natureza nos cria para isso.
Providencia a todos um desafio.

Temos que saber nossa hora.
De saltar do alto, bater as asas e saindo voando.
Se não sabemos para o que fomos criados.
Caímos ao chão, nos estatelando.

A natureza é sábia.
Mas o homem por vezes não.
Por vezes o coração predomina.
Mas por vezes temos que ouvir a razão.