domingo, 16 de agosto de 2020

EU, PRA MIM MESMO

Eu escrevi livros que ninguém leu.
Escrevi quatro pra ser exato.
De poesias, de crônicas, um conto e um relato.
Pra mim, são fantásticos.
Eu escrevo poemas que ninguém lê.
Mas eu continuo escrevendo.
Rabiscando meus pensamentos.
E às vezes, expondo meus sentimentos.
Não vou parar porque ninguém vê.
Talvez seja melhor que não me conheçam.
Eu fiz um jardim pra atrair beija-flores.
Só que eles não vieram.
Nem borboletas.
Mas está lindo e eu rego todo dia.
Não vou deixar que as plantas morram.
Só porque os beija-flores não vieram.
Assim como não vou parar de escrever.
Só porque ninguém lê.
Azar dos beija-flores, sem o néctar.
Azar dos leitores, sem meus poemas.
Continuo forte e intacto.
Escrevendo, jardinando e vivendo.
Pra mim e por mim.
Decidi que está bom assim.

Nenhum comentário: