Posso ser contado de diversas formas.
Em grãos de areia, pela ampulheta.
Em voltas, pelos ponteiros do relógio.
Em números, pelo cronômetro.
Posso ser contado de diversas maneiras.
Em anos, por quem conta a idade.
Em meses, por quem espera a maternidade.
Em semanas, por quem precisa ser mais exato.
Em dias, por quem espera o fim de semana.
Em horas, por quem espera por algo.
Em minutos, por quem espera por alguém.
Pra extravasar a saudade que tem.
Em segundos, pra um nocaute definir a vitória.
E em milésimos de segundos, por quem busca a glória.
Posso ser medido pelos astros.
Por quem não tem acesso a nada inventado.
Ou por quem está recluso e privado.
Posso ser sentido na pele.
Quando as rugas começam a aparecer.
Posso ser notado.
Quando percebem um filho crescer.
Posso ser lamentado.
Quando descobrem que eu passei.
Posso ser cobrado, porque eu não parei.
Posso ser perdido, quando não vale a pena.
Posso ser aproveitado, quando vale.
E nesse caso, eu serei lembrado.
Em cada minuto passado.
Não terei sido desperdiçado.