Esta noite eu não dormi e passei em claro.
Sonhei como eu nunca havia sonhado.
Não consegui encontrar meu sono.
E desta vez eu sonhei acordado.
O breu da noite no meu quarto.
Como uma tela onde eu projetava imagens.
Projetei diversas paisagens lindas.
E inúmeros personagens.
Numa paisagem de montanhas altas.
Eu projetei um belo cavalo alado.
Com ele eu voava por sobre elas.
Indo de encontro a um chamado.
Em dado momento desse meu voo.
Naves estelares apareciam.
Surgiam saindo de buracos negros.
Que de repente no céu se abriam.
Com seus canhões de raios tentavam me atingir.
Mas com meu cavalo alado eu conseguia me esquivar.
Depois de tantos desvios ligeiros.
Deste devaneio eu consegui escapar.
O voo voltou a ser tranquilo depois das naves.
E um céu de brigadeiro eu via adiante.
Um bater suave de asas de meu cavalo.
E ao longe um chamado retumbante.
Eu sobrevoava as belas montanhas.
Quando novamente fui atacado.
Mas desta vez por dragões de fogo.
Que cuspiam fogo por todo lado.
Meu cavalo hábil com suas asas.
Se esquivava agilmente das labaredas.
Com os dragões em nosso encalço.
Nos embrenhávamos nas veredas.
Muito maiores do que nós.
E porque não conseguiam no seguir.
Se desintegraram no breu escuro do quarto.
E assim conseguimos fugir.
Um valente o meu cavalo.
Que já havia driblado naves e dragões.
Mas agora voando baixo rente o mar.
Enfrentamos piratas e seus canhões.
Tiros de canhões disparados.
Bolas de ferro disparadas contra nós.
Comparados aos inimigos de antes.
Se esquivar seria fácil pra meu cavalo veloz.
Assim foi sem nenhum esforço.
E o navio pirata também desapareceu no breu.
O chamado continuava constante.
Até que um castelo apareceu.
De lá vinha o chamado.
Da torre mais alta daquele castelo.
Na janela uma bela morena.
Com um sorriso radiante e um corpo belo.
Ainda em voo saltei do meu cavalo.
Como uma flecha lançada eu adentrei pela janela.
O que me fez cruzar o céu e lutar com inimigos.
Foi o retumbante chamado dela.
Na minha frente a mulher mais linda.
Aquele radiante sorriso nos olhos diante de mim.
Queria eu que aquele momento fosse eterno.
E que aquela aventura no breu não tivesse fim.
A tomei em meus braços.
Nossas bocas se uniram em um beijo ardente.
Quando começamos a tocar nossos corpos, um barulho.
E todas as imagens sumiram da minha frente.
Era um barulho alto e estridente.
Vindo do maldito despertador.
O meu sonho acordado acabou.
E nos meus braços perdi o meu amor.