Saudade da alegria, do entusiasmo, da paixão.
Que me surgiram apenas três vezes na vida.
Sempre em morenas, cada vez mais morenas.
A primeira me apaixonou novo e foi o primeiro amor.
Decorreram alguns anos bons, dentre os quais cometi meus piores erros.
E aceitei situações absurdas calado.
Por isso, enfim, não soube conduzir bem e descarrilhou.
Mas de todo esse desastre uma benção ficou.
A segunda eu apaixonei nova, bem mais nova do que eu.
Esse não começou bem, mas depois de um ano, aí sim “startou”.
Fez me deslocar de cidade levado pela saudade.
Me fez enfrentar uma fera.
Me levou a fazer loucuras no sexo.
Fosse onde fosse e a qualquer momento.
Me ensinou alguns valores.
Aprendi a ser maduro durante esse tempo.
E quando comecei a ser escritor.
Relacionamento quente e fervoroso.
De onde surgiu um fruto desse amor.
Quanto a terceira, a mais morena.
Que eu comecei a apaixonar por causa dos olhos.
Ou melhor, pelo sorriso do olhar.
Mais diferença de anos ainda.
Duas décadas pra ser mais exato, mas e daí?
Essa já me apaixonou maduro.
Mas nem por isso isento de falha.
Falha de ações, assim como de pensamentos.
Tão quente como os outros.
Aliás, todas as minhas paixões foram assim.
E uma outra coincidência é que todas tiveram um fim.
Da primeira eu tenho pouca lembrança.
Da segunda, eu tenho de muitos momentos.
E da terceira e a mais recente.
Dessa eu tenho muita.
Do desejo, do beijo, da paixão e do sexo.
Da beleza do sorriso dos olhos e da pele morena.
Dos cabelos longos, do jeito menina, da fala de mulher.
Do mau humor e da alegria de me ver.
Do topar tudo e a qualquer hora.
E enfim, por ser a mais recente, mas tomara que não a
última.
Por isso escrevo sobre a saudade.
Da alegria de gostar de alguém.
Do entusiasmo de poder tê-la.
Da paixão que brotar por ela.
Não tenho mais o mesmo peito aberto.
Embora deseje ter alguém por perto.
Alguém que tenha um brilho no olhar.
Por quem eu venha a me apaixonar.
E a partir daí, a gente cultive, e vamos ver no que vai
dar.
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