segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O TEMPO QUE TENHO

Quero morrer no tempo da minha mãe.
Ou seja, quando perder a autossuficiência.
Quando já não conseguir mais ser eu.
Quero cair nos braços de Morfeu.
E despertar ao lado dela.
Em outro plano, vendo-a junto de meu pai.
Não imagino com que idade.
Mas espero que com tantas décadas.
Depois de contemplar filhos e netos.
E quem sabe alguns bisnetos.
Mas são, senão, não.
Não me imagino dependente.
Seja por estar doente de corpo ou de mente.
Não quero.
Não sei quanto tempo tenho.
Mas no que tenho de tempo.
Quero andar com minhas próprias pernas.
Conseguir levar comida pra minha boca.
Sem fralda pra ser trocada.
Quando eu não conseguir mais fazer isso.
Minha estada já estará acabada.
Posso tranquilamente validar meu ticket.
Pois já terei vivido bem a vida.
E deste plano, não quero mais nada.
Semear, semeei.
Regar, eu reguei.
Amar, eu amei.
Exemplo, eu dei.
Errar, eu errei.
Mas, mais acertei.
Ainda não fiz tudo o que quero.
Mas ainda tenho tempo pra isso.
Eu ainda tenho muito tempo.
Minha viagem vai me esperar.
Ainda tenho coisas pra terminar.
E sonhos pra realizar.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

TEMPO DAS ANTIGAS

Sou do tempo das antigas.
Quando os pais ensinavam educação.
Fosse na base da cinta de couro.
Tapa na orelha ou beliscão.

As brincadeiras eram na rua.
Os brinquedos, eram artesanais.
Quando não se podia comprar pipas.
As capuchetas eram de jornais.

O futebol era com pés descalços.
Muitas vezes com bola furada.
Cada chute dado no chão.
Uma parte do dedão era arrancada.

Eramos garotos ativos.
Nossas casas não nos seguravam.
Entrávamos apenas pra comer.
Porque as brincadeiras nos esperavam.

Não existia tecnologia.
Mas existia a imaginação.
Um aro de borracha e uma longa vareta.
Era pra nós uma diversão.

Três gravetos apoiados um no outro.
Mais dois pedaços de pau e uma bolinha.
Dois pra derrubar e dois pra rebater.
E a corrida na queda da casinha.

Naquele tempo, a gente empinava pipas.
E já tinha cerol na linha também.
Era apenas uma brincadeira de criança.
E linha com cerol não matava ninguém.

Tinhamos apelidos esquisitos.
Alguns até sobre a aparência de alguém.
Mas éramos fortes pra lidar com isso.
E todos cresceram normais, e bem.

Nós tínhamos respeito a escola.
Nossos professores eram respeitados.
Se algo parecia mal no boletim.
Os alunos que eram os culpados.

Tínhamos presidentes militares.
E dizem que era período de opressão.
Sinceramente, eu não vivi nada disso.
Se seguia regras, se tinha respeito e educação.

Eu posso rimar sobre o que vivi.
Não devem acreditar no que ouviram falar.
O passado foi um período memorável.
Se não sabe a verdade, melhor se calar.

MULHERES E FLORES

Mulheres são como flores.
Cada uma de um jeito, cada qual com sua cor.
Geralmente belas.
Mas nem sempre, se não cuidadas.
Se maltratadas.
Algumas não tem beleza ou cor.
Mas exalam um perfume encantador.
Igual a dama da noite.
Arbusto discreto, sem flores deslumbrantes.
E que tem um encanto que ninguém vê.
Mas sente, como a mulher.
Algumas não tão belas, tem seu perfume.
Basta não usar os olhos pra ver.
Basta usar outros sentidos pra perceber.
Assim como as flores.
Formas e cores.
Cada qual com seu encanto.
Nem tanto.
Algumas não encantam.
Nem com a beleza, tampouco com perfume. 
Mas ainda são mulheres e flores.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

EU SOU O TEMPO

Eu sou o tempo.
Posso ser contado de diversas formas.
Em grãos de areia, pela ampulheta.
Em voltas, pelos ponteiros do relógio.
Em números, pelo cronômetro.
Posso ser contado de diversas maneiras.
Em anos, por quem conta a idade.
Em meses, por quem espera a maternidade.
Em semanas, por quem precisa ser mais exato.
Em dias, por quem espera o fim de semana.
Em horas, por quem espera por algo.
Em minutos, por quem espera por alguém.
Pra extravasar a saudade que tem.
Em segundos, pra um nocaute definir a vitória.
E em milésimos de segundos, por quem busca a glória.
Posso ser medido pelos astros.
Por quem não tem acesso a nada inventado.
Ou por quem está recluso e privado.
Posso ser sentido na pele.
Quando as rugas começam a aparecer.
Posso ser notado.
Quando percebem um filho crescer.
Posso ser lamentado.
Quando descobrem que eu passei.
Posso ser cobrado, porque eu não parei.
Posso ser perdido, quando não vale a pena.
Posso ser aproveitado, quando vale.
E nesse caso, eu serei lembrado.
Em cada minuto passado.
Não terei sido desperdiçado.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

TATUAPÉ DE OUTRORA

O Tatuapé que me viu crescer.
Hoje já não existe mais.
Que pena.
Foi-se o charme, a nostalgia, a familiaridade.
Foi um dos mais belos bairros da cidade.
Assim como a Moóca, que ainda resiste.
O Tatuapé, não mais existe.
As casinhas térreas, as vilas, o charme.
Se foram ao chão e viraram poeira.
Culpa da gente herdeira.
Sem apego, apenas ao dinheiro.
Que apareceu de montão.
Devastou a tradição.
Colocou tudo no chão.
A vila João Migliani.
De sua quase centena de sobradinhos.
De bons vizinhos.
Resistiu o quanto pode.
Mas de tanto envergar, quebrou.
Lugar onde muito eu brinquei.
Onde amigos eu cultivei.
Amigos de brincar na rua.
Que vingam até agora.
Desde aqueles tempos de outrora.
Fomos donos do nosso pedaço.
Assim como outros foram donos do deles.
Algumas ruas eram divisas.
Mas tudo na santa paz.
Catalogávamos cada terreno baldio.
Cada árvore frutífera que tinham neles.
Pra depois comer fruta do pé.
Nós desbravamos o Tatuapé.
As ruas Airi, Itapura, Apucarana, Vilela.
Tijuco Preto, Estevan Pernet, Platina.
Eram o nosso quintal.
A praça Barão de Itaqui, que ainda resiste alí.
Era o nosso campo de pelada.
Onde também ficava nossa escolinha.
Hoje totalmente modificada.
Daquele tempo, não sobrou quase nada.
Só alguns amigos.
Hoje de meia idade, assim como eu.
Mas o Tatuapé, onde a gente cresceu.
Desapareceu.
Morreu antes de nós, nostálgicos moradores.
Saudade das casinhas.
Que nem eram minhas.
Mas que nos viu crescer.
E que vimos desaparecer.
Que pena.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

O QUE ESPERO DE VOCÊ

Te ver sorrindo é o que eu mais quero.
Fico triste quando te ouço perdido, sabia?
Quando despreza sua vida e deseja a morte.
Que sorte! Que sorte que Deus não te ouve.
Fico puto da vida quando faz isso.
Te acho fraco, mas no fundo vc é muito forte.
Que sorte! Que sorte que Deus não te escuta.
Te ver ser um grande homem é o que espero.
Homem de alma e coração.
Não de profissão.
Embora eu te deseje sucesso.
Com dinheiro na conta, mas sem excesso.
Dinheiro muda as pessoas.
Não quero que mude você.
Gosto do teu bom coração.
Às vezes fico puto com tuas lorotas.
Que você acha que eu engulo.
Eu só finjo, tipo de morto pra comer o urubu.
Você tem muita lábia.
Lábia de pessoa sábia.
Inteligente, mas descrente, em si mesmo.
Acredite em você, meu filho.
Você tem brilho.
Não seja metade do homem que eu sou.
Seja melhor. 
Seja um bom homem.
Isso é o que eu quero.
Isso é o que espero.

AMIZADE DE EX

Um dia me apaixonei por você.
Muito tempo atrás.
Você era uma mocinha.
Agora não é mais.

Um dia comecei a amar você.
Há muito tempo também.
Namoramos por um tempo.
E fomos além.

Vivemos juntos por muitos anos.
Fizemos juntos, o nosso filho.
Hoje já está moço.
É um tesouro, tem brilho.

Nos separamos num momento.
Mas nunca nos afastamos.
Não seguimos cada um pra um lado.
Como duas paralelas, nos acompanhamos.

Aquele amor que se iniciou lá atrás.
Não acabou, ele só é diferente.
Não é mais amor de homem pra mulher.
Como havia entre a gente.

Agora ele é amor de amigo.
Amor de amigo sincero.
Que a felicidade esteja sempre contigo.
É o que eu mais quero.

Tivemos nosso tempo.
Passou, e não é mais.
Mas existe um grande garoto.
E juntos, somos seus pais.

Isso nos liga até o fim da vida.
Queiram os outros ou não.
Mas se preocupar, não precisam.
Não há nenhuma razão.

Teremos a mesma alegria.
Quando nosso menino se casar.
Estaremos nós dois, lado a lado.
Chorando no altar.

Teremos outras também.
Quando os netos nascerem.
Distantes, estaremos juntos.
Acompanhando eles crescerem.

Então, não adianta receio ou ciúme.
Sempre estaremos perto.
Que nossos parceiros sejam sábios.
Que ficará tudo certo.

Não seguimos mais juntos.
Mas em caminhos paralelos estamos.
E o que é mais lindo disso tudo.
É que nos respeitamos.

Dizem que não existe amizade de ex.
Mas nós somos uma exceção.
Você apenas trocou de lugar.
Mas permanece no meu coração.

A sua felicidade eu desejo de montão.
E sei que deseja a minha também.
Que nossa relação continue sempre assim.
Amém.

sábado, 29 de agosto de 2020

AS REGAS

As flores que plantei.
Plantei por passatempo.
Mas em determinado momento.
Me encantei.
Com as cores, com as formas.
Com a forma que encaram o tempo.
Sob sol e chuva.
Umas reagem diferente das outras.
Umas florescem, outras não.
Depende de cada estação.
Umas se abrem pra receber a rega.
Outras, água de mais, mata.
Apodrece a raiz.
São encantadoras as formas.
De cada flor que desabrocha.
É uma maravilha, a natureza.
É tanta beleza.
É pura delicadeza.
Gosto das flores.
Tem que ter dedicação no cuidado.
Não dá pra deixar o jardim largado.
Senão, as flores murcham e tudo seca.
E deixa de ser um jardim.

domingo, 23 de agosto de 2020

O QUE A VIDA TE DER, SAIBA USAR

Se a vida te der limões, saiba fazer limonada.
Se te der tempestades, saiba dançar na chuva.
Se a vida te der lições, saiba fazer dela, aprendizado.
Se ter caminhos, saiba qual seguir, pra não seguir o errado.
Se a vida ter escolhas, saiba fazer a certa.
Se te der dissabores, saiba separar as sílabas e a primeira descarte.
Se a vida te der emoções, saiba vivê-las.
Se te der horizontes, saiba contemplá-los.
Se a vida te der oportunidades, saiba que são raras.
Se te der holofotes, saiba brilhar.
Se a vida te der tempo, saiba viver, que é diferente de sobreviver.
Se te der inspiração, saiba escrever poemas, cantar ou pintar.
Se a vida te der talento, saiba encantar quem não tem.
Se te der benevolência, saiba como é bom ajudar alguém.
Se a vida te der amigos, saiba distinguir os verdadeiros.
Se te der relações amorosas, saiba se entregar quando for amor.
Se te der o amor, saiba cultivá-lo.
Se te tirar o amor, saiba deixá-lo.
O que a vida te der, saiba usar.
Até mesmo quando tira, saiba enxergar.

MEU MELHOR SONHO


Hoje tive o melhor dos meus sonhos.
Não sonhei que podia voar.
Não sonhei com mulheres estonteantes.
Não sonhei com lugares paradisíacos.
Sonhei que me descobriam.
Não o que eu aparentava.
Mas o que sou por dentro.
E as pessoas gostavam.
Que bom. Sem dúvida, meu melhor sonho.

sábado, 22 de agosto de 2020

MINHA PRIMEIRA VEZ

Comecei a escrever numa noite.
Era noite de lua cheia.
Escrevi sobre a Lua.
Diversos versos que no fim, ficaram legais.
Depois já escrevi muitos mais.
Depende muito da inspiração.
Ou até mesmo do estado de espírito.
Já escrevi muito, inspirado no amor.
Já escrevi por dissabor.
Mas nunca por dor.
Mesmo nas minhas perdas.
Nem pelas em vida, nem pelas por morte.
Pelas em vida, talvez tenha sido sorte.
Pelas por morte, porque chegou a hora.
Escrevo hoje em dia, quando dá vontade.
Muito por saudade.
De emoções, sensações e momentos.
Nós somos um pouco complicados.
Não controlamos o sentimento.
Mas a gente acha que controla.
Nem quando é hora.
De deixar alguém ir embora.
Nem quando a gente quer.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

QUERO TANTA COISA

Quero poder beijar.
Quero acariciar.
Quero acalentar.
Quero cuidar.
Quero torcer.
Quero envolver.
Quero merecer.
Quero fazer rir.
Quero fazer sorrir também.
Quero fazer gozar.
Quero fazer brilhar, o sorriso nos olhos.
Quero me encantar.
Quero desejar.
Quero olhar.
Quero sonhar, mas quando acordar.
Quero saber que alguém me completa.

ATÉ ERA AMIZADE

Até era amizade, mas também era saudade.
Dos tempos de outrora que não voltaram.
Que me marcaram.
Foi a última vez que senti algo por alguém.
Depois, por mais ninguém.
E aquilo me fez bem.
Quero sentir de novo.
Não será com a mesma morena, que pena.
Mas terá sensação igual.
O prazer de estar junto e do sexo.
As afinidades, os risos e beijos.
A vontade de ficar e não sair porta afora.
Também de não deixar ir embora.
Diferente de como acontece agora.
Que fico de olho na hora.
Sexo sem sentimento.
Conversa desinteressante e sem beijo.
Nenhum desejo.
Vai nos tornando vazios.
Sentimento escondido que não brota.
Mas que a gente sabe que tem.
E vai brotar por alguém.
Que não se transforme só em amizade.
Senão, ainda ficarei com saudade.
Do que senti com aquela morena.
Que acabou, que pena.

domingo, 16 de agosto de 2020

CHOVE LÁ FORA

Quando a chuva passar.
As flores estarão regadas.
Os carros ainda farão barulho no asfalto.
A terra ainda estará molhada.
O céu continuará cinza.
Pois hoje o sol não vem.
Pelo menos neste bairro ou nesta cidade.
Não vai brilhar pra ninguém.
A chuva veio em boa hora.
Mas ela parou agora.
Já posso ir lá fora.
Já posso sair sem me molhar.
Mas devo levar guarda-chuva.
Porque hoje a chuva vai voltar.
Já chove de novo, lá fora.
Já voltou antes de eu terminar.
Não vou mais sair.
Senão vou me molhar.

EU, PRA MIM MESMO

Eu escrevi livros que ninguém leu.
Escrevi quatro pra ser exato.
De poesias, de crônicas, um conto e um relato.
Pra mim, são fantásticos.
Eu escrevo poemas que ninguém lê.
Mas eu continuo escrevendo.
Rabiscando meus pensamentos.
E às vezes, expondo meus sentimentos.
Não vou parar porque ninguém vê.
Talvez seja melhor que não me conheçam.
Eu fiz um jardim pra atrair beija-flores.
Só que eles não vieram.
Nem borboletas.
Mas está lindo e eu rego todo dia.
Não vou deixar que as plantas morram.
Só porque os beija-flores não vieram.
Assim como não vou parar de escrever.
Só porque ninguém lê.
Azar dos beija-flores, sem o néctar.
Azar dos leitores, sem meus poemas.
Continuo forte e intacto.
Escrevendo, jardinando e vivendo.
Pra mim e por mim.
Decidi que está bom assim.

sábado, 15 de agosto de 2020

AMOR PERFEITO

O que os outros pensam.
O que os outros dizem.
Se você está bem, é o que importa.
Esteja sozinho ou acompanhado.
Se essa companhia te faz bem.
Se não, é melhor não estar com ninguém.
Um tempo só, faz bem também.
A gente percebe que tem escolhas.
Eu escolho estar sozinho, no momento.
Isso não me causa sofrimento.
Tampouco tristeza.
Talvez porque eu sei o que eu quero.
E o que eu espero.
Pra me encher, o saco, eu tô fora.
Quero é transbordar .
Quero me apaixonar.
Sexo por sexo, traz reflexo.
Reflete dentro da gente.
É bom quando é o que a gente quer.
Eu adoro o cheiro de mulher.
Já cultivei trepadeiras.
Mas agora eu quero flor.
Especificamente o amor perfeito.
Pode até não ser perfeito.
Mas que seja amor.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

COMEÇANDO PELA VÍRGULA

Acho nosso português tão lindo.
E tenho visto pessoas o massacrar.
Então, vou escrever alguns versos.
Pra brincar, não pra ensinar.

Começando pela pontuação.
Pela vírgula, pra ser mais exato.
Sem ela, eu salvo uma pessoa.
Com ela, eu mato.

Em alguns posts na internet.
Ela tem sido tão pouco ou nada usada.
Com ela, se entende a mensagem.
Sem ela, às vezes, não se entende nada.

Tem tanta palavra escrita errada.
Mas alguns erros, são até comuns de se ver.
Trocar "c" por "ss", ou vice-versa.
Esses até eu posso inverter.

Só que na dúvida, eu consulto o Google.
Não gosto de escrever errado.
Além de não me chamarem de burro.
Eu amplio o meu aprendizado.

Podem tem certeza que chamam.
Não chamam diretamente, mas por trás.
Por exemplo, quando desconhece a regra.
De usar o mais de quantidade, em vez do mas.

Uma coisa, a gente deve entender.
"A gente", se escreve separado.
Se escrito junto, se refere ao secreto.
Então, não se escreve "agente", está errado.

Uma regra básica se aprende no primário.
Talvez o tempo tenha feito alguém esquecer.
Antes de "p" e "b" se usa "m", não "n".
Então, se atente quando for escrever.

Por que as pessoas escrevem errado?
Porque talvez, não lhes tenham ensinado.
Na resposta, "porque" se escreve junto.
Na pergunta, ele é separado.

Em alguns versos eu brinquei.
Com erros básicos do nosso português.
Se você entendeu a minha brincadeira.
Escreva certo na próxima vez.

Aqui vai uma dica boa que aprendi.
Para oposto de "bom", se escreve "mau".
Mas se no contrário for o bem.
O mal usa o "l" no final.

Não istou querendo insinar ninguém.
Pois sou um aluno em eterno aprendizado.
Espero que tenha percebido na primeira linha.
Que duas palavras, eu escrevi errado.

Se percebeu, muito bem.
Trocar "e" pelo "i" é um erro comum na fala.
Mas na escrita, é um erro grotesco.
Que joga um belo texto, na vala.

Me despeço por aqui.
Com minhas rimas sobre o português.
Algumas dicas que eu aprendi.
Estou compartilhando com vocês.

Ah... Compartilhar.
Se compartilha de tudo hoje em dia.
Memes, chacotas, piadas e tragédias.
Só não se compartilha, sabedoria.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

ASSIM COMO, TAL QUAL

Assim como correntes, que ao quebrar um dos elos, tudo que estiver preso, se solta.
Tal qual um colar de pedras, que no estourar do fio, todas as pedras vão ao chão.
Como a estrutura de um prédio, que ao ruir um dos pilares, todo edifício desmorona.
Como a luz na escuridão, que ao se apagar, nos deixa no breu e sem ver pra onde ir.
Como a pista para um avião, que sem ela, não terá um pouso seguro.
Tal qual o leme para um navio, que na ausência, navegará a deriva por oceanos infinitos.
Assim como o martelo para o prego, que sem bater, não serve pra fixar nada.
É a base pra uma família.
Com elos quebrados, não prende ninguém.
Com fio estourado, nada a sustenta.
Com pilares ruídos, nada suporta.
Sem luz, se perde
Sem pista, colide.
Sem leme, perde o rumo.
E sem martelo, não dá pra segurar nada.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

SAPATOS

Sapatos... Cada qual pra um tipo de pé.
Cada pessoa com seu próprio gosto.
Uns gostam do bico fino, outros, do chato.
Uns, do de cadarço, outros, do que não precisam amarrar.
É só calçar e não precisar se preocupar.
Algumas pessoas calçam sempre lustroso.
E tem gente que calça com poeira mesmo.
É gente com pé pequeno.
É gente com pé de prancha.
Cada qual com seu número de sapato.
Uns usam apertados porque é o que se tem.
Outros, folgados, por esse motivo também.
Outros, o seu tamanho certo e confortável.
Cada um usando o sapato a seu gosto.
Satisfazendo a sua própria necessidade. 
Cada um sabendo onde ele aperta.
E assim são também, os relacionamentos.
Uns machucando como sapatos apertados.
Outros, com folga em demasia.
Uns, com fino trato, e outros, chatos.
Uns, com laços, e outros, apenas cômodos.
Uns, com brilho, e outros, com pó rotineiro.
Uns, simplesmente perfeitos.
Mas que necessitam dos devidos cuidados.
Assim como os sapatos.
Eu... No momento tenho andado descalço.
Não tenho encontrado o meu número.
De relacionamento.
De sapatos? Eu tenho.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

CARENTE DA MULHER CERTA

Estou. Confesso.
Não que eu reclame da minha solteirice.
Mas em alguns momentos é foda.
Às vezes, gostaria de estar com a mulher certa.
Acompanhado, não é difícil estar.
Se não arruma na rua, arruma na zona.
Satisfaz o desejo e tchau.
Depois é capaz de nem lembrar da tal.
E qual é a mulher certa?
Cara, é a que não sai da cabeça.
A que dá prazer estar ao lado.
A que nos faz querer ser engraçado.
Porque sempre vamos querer arrancar um sorriso.
E será tão lindo.
É rara, assim como também são os caras.
Às vezes estão na cara.
E a gente nem percebe.
Uma pessoa que reúne várias coisas.
Mas que em resumo, nos faz bem.
Sem pressão e que seja leve.
Que me deixe solto, mas eu queira ficar.
Desse tipo de pessoa, me declaro carente.
Carente da mulher certa.

terça-feira, 28 de julho de 2020

O QUE NÃO DEPENDE DE MIM

Aprendi nos meus anos de vida.
A aceitar o insucesso sobre o que não depende de mim.
Seja num negócio não fechado.
Porque as partes não acertaram um preço.
Seja num encontro fracassado.
Porque não rolou tesão.
Ou seja num amor não correspondido.
Porque não se ama sozinho.
Ele desperta em par.
Mas sentimento é foda.
Ora pode despertar só cá, ora só lá.
E sendo assim, não dá.
Tem que ser a pessoa certa.
Já me senti mal dos dois lados da moeda.
Porque a gente não escolhe quem ama.
Às vezes amamos quem nos ignora.
E quem nos ama, deixamos ir embora.
Vida que segue.
Como um negócio não fechado.
Nem tudo que se deseja, se consegue.
Que não se assimile como um fracasso.
Que não se entenda como rejeição.
Aquilo que não depende só de nós.
Nem no que envolva dinheiro.
Tampouco no que envolva coração.

VOLTAR PRA TI

Se eu for sua outra metade.
Faça o que tem vontade.
E se for de verdade.
Venha de encontro à mim.

Quando eu for te ver.
Faça por merecer.
Pra eu nunca mais te esquecer.
E algo bonito comece assim.

Como eu for no meu tratamento.
Quero que sinta o momento.
E se brotar entre nós, sentimento.
Que o tempo pare.
 
Onde eu for, você irá comigo.
Vou adorar estar contigo.
E a saudade não será um castigo.
Quando eu não puder ir.

Quando eu for embora.
Será só porque chegou a hora.
E lá irei, ruas afora.
Mas vou voltar pra ti.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

REFLEXÃO SOBRE O RUMO DA MINHA VIDA

Assisti um filme que me fez refletir.
Era sobre duas pessoas de seus 70 anos.
Ambos solitários e vizinhos.
Numa noite, ela bate na porta dele.
Toda sem jeito, mas com coragem.
Ele, todo sem jeito e surpreso.
Afinal, eram vizinhos há anos.
Mas não se falavam e nem se enxergavam.
Toda iniciativa dela foi pra uma proposta.
Não indecente, e sim surpreendente.
Convidá-lo para dormir com ela.
Para preencher o vazio das noites solitárias.
Sem sexo, apenas conversa.
Nem tinham mais pique sexual.
E ele aceitou.
Todas as noites ele ia dormir com ela.
Tão puros como se fossem duas crianças.
Apesar das experiências que já carregavam.
De suas longas vidas já vividas.
Divididas com pessoas que já haviam partido.
Fosse pra morte ou pra sorte.
E que os lançara na vida solitária.
Que a gente se acostuma com ela.
Que a gente passa a achar bela.
Mas que num determinado dia.
Quando alguém bate na nossa porta.
E nos faz uma proposta.
Ou de alguma forma nos mostra.
Que há um lado vazio.
Seja na cama ou no coração.
Mesmo que a gente ache que não.
Que não tenhamos essa sensação.
Em qualquer tempo, será o momento.
Do nosso próprio julgamento.
Seguir sozinho ou acompanhado.
Até que nosso tempo tenha se esgotado.
E não há ninguém do nosso lado.

sábado, 25 de julho de 2020

PENSAMENTOS MEUS

Eu sei que às vezes tenho pensamentos tolos.
Mas são meus.
Não são pensados por outras pessoas.
Eu penso e escrevo.
Gosto dos meus textos, dos meus poemas.
Minha linguagem é descomplicada.
Meu português é o mais correto que posso.
Eu apenas escrevo.
Coloco meus sentimentos nas minhas rimas.
Minhas ideias nas minhas linhas.
Meus pensamentos nas minhas frases.
Minhas memórias e minhas fases.
Aquilo que senti quando me apaixonei.
Eu já escancarei.
Em vários deles eu escrevi sobre o amor.
Que eu já senti um dia, mas agora, não mais.
Não tenho sido capaz.
Então passo minhas sensações.
Sobre pessoas e situações.
Assim sigo escrevendo.
Pensamentos meus.
Só meus.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

SOU O CONDUTOR DO MEU TREM

Já passaram diversas pessoas na minha vida.
Alguns amigos, alguns amores, ou não.
E penso que devem ficar como estão.
Cada um no seu espaço.
E um espaço vago.
Ainda a ser ocupado, de novo.
Por alguém que ainda não conheci.
Ou talvez nem venha a conhecer.
E continuará um espaço vago.
O trem que conduzo, já parou em várias estações.
Desceram pessoas, outras embarcaram.
Algumas seguem viagem comigo.
De quem agora sou apenas amigo.
E assim eu prossigo.
Passando por estações.
Vivendo emoções.
Sem pressa, apreciando a paisagem.
Assim sigo viagem.
Sem descarrilar
Escolhendo onde passar.
Deixando quem eu quero, entrar.
Tenho um vagão inteiro, vazio.
Viagem com exclusividade.
E nesse só se entra com chave.
Mas e a chave, onde está?

terça-feira, 14 de julho de 2020

PASSOU

Eu lhe estendi a mão, mas você não segurou.
Se virou para outro lado.
Então recolhi.
Continuei aqui.
Permaneço.
Minha mão não estendo mais.
Não mais, pra andarmos de mãos dadas.
Passou.

sábado, 11 de julho de 2020

CADÊ OS BEIJA-FLORES

Eu fiz um jardim pra atrair beija-flores.
Mas eles não vieram visitar.
Acho que por aqui, eles não existem.
Nem borboletas.
Também não apareceram.
Eu já ficaria satisfeito.
Se viessem os dois, seria perfeito.
Plantei flores de várias cores
De vários tipos, entre margaridas e azaléias.
Algumas que eu nem sei o nome.
Ficou bem florido.
Gosto do colorido.
Não sei porque não atrai beija-flores.
Tampouco borboletas.
Tem flores de diversas cores.
Uma hora eles se achegam por lá.
E as flores, eles irão beijar.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

NUNCA É UMA DESPEDIDA

Eu chorei por minha mãe duas vezes.
Chorei bastante, de soluçar.
Quando eu olhava pras fotos que tiramos.
E via o nosso riso estampado nelas.
Eu chorei, chorei de soluçar.
Porque minha mãe estava doente.
Muito debilitada.
Da imagem que eu tinha dela.
Já não lembrava mais nada.
Ela sempre foi franzina.
Só que também, sempre foi uma fortaleza.
E eu chorei, chorei de soluçar.
Minha mãe ia se embora.
Eu tinha plena certeza. Eu sentia.
E ela se foi. Tinha chegado sua hora.
Sem se despedir foi se embora.
E agora?
Agora nos fica a lembrança, a saudade.
Do colo pra deitar.
Da casa dela pra visitar.
Do riso cerrado.
De tudo.
Até de vê-la com cigarro, que eu tanto odiava.
Mas Deus quis assim. 
Talvez foi melhor assim.
Não a tenho mais perto de mim.
Mas a tenho dentro, do coração e da mente.
E pra sempre.
Lembrarei dela com alegria.
Jamais com tristeza.
Tristeza eu teria se a visse daquele jeito.
Debilitada e dependente.
Triste por dentro.
E agora não está.
Está curada até do vício que tinha.
Ela está com meu pai e com Deus.
E a perda nunca é um adeus.
É apenas, um até qualquer dia.

domingo, 5 de julho de 2020

CANÇÃO DE NINAR

De Ruth Patricio Meireles

Um dia quando cresceres
Serás um homem de bem
A mamãe te dará conselhos
Pra você não mais esquecer
O papai tão velhinho
Um dia te dirá
Trabalhe e estude meu filho
Que é pra Deus te ajudar
Trabalhe e estude meu filho
Pra Deus te recompensar
E quando tiveres seus filhos
Conselhos terá que lhes dar
Lembrará o que teu pai te disse
E à eles lhes ensinará
Trabalhe e estude meu filho
Que é pra Deus te ajudar
Trabalhe e estude meu filho
Pra Deus te recompensar

DONA RUTH

Uma criança em pele enrugada.
Tinha peso de criança.
Tinha inocência de criança.
Usava tamanho de roupa de criança.
Era uma criança.
Mas tinha a luz pra iluminar cem cidades.
Tinha a força do concreto frente a ventania.
Tinha a sabedoria pra confortar.
Tinha o colo pra deitar.
Teve tempo, muito tempo. 
O viveu como quis.
Se foi como quis.
Não sei se no tempo que quis.
Mas aí, isso ela não comandava.
Nem nós.

sábado, 20 de junho de 2020

SAUDADE DO CALOR HUMANO

Saudade do tato, do toque e do beijo.
Da conversa olhando nos lábios.
A poucos centímetros de distância.
Saudade do cheiro, mas não do álcool.
E sim do perfume borrifado pra me seduzir.
Do cheiro dos cabelos bem cuidados.
Saudade de abraçar forte e ficar.
E o abraço forte levar ao beijo.
E o beijo, quem sabe, levar ao sexo.
Saudade dos encontros reais.
Seja com os amigos pra um chopp.
Ou pra um vinho, com uma mulher.
Saudade de tão pouco tempo atrás.
Dos hábitos normais.
Das relações pessoais.
E agora, tudo tão frio.
Tudo sem tato, sem toque, sem beijo.
Os lábios cobertos.
Tudo a mais de metro.
Sendo o álcool, o cheiro mais desejado.
Sem que os cabelos sejam tocados.
Não há os abraços.
Nem sequer os apertos de mão.
Sem encontros, sem sexo.
Reuniões virtuais pra juntar amigos.
Cada um no seu quadrado.
Na tela, na segurança de cada casa.
Até tudo passar.
Então, que passe depressa.
E que o calor humano não morra.

quinta-feira, 5 de março de 2020

SE VOCÊ ME LESSE, SE APAIXONARIA POR MIM

Se você me lesse, se me visse por dentro.
Se apaixonaria por mim.
Veria que eu sou mais que um meia idade.
Enxergaria que sou um boa praça.
Com defeitos, claro.
Nunca pensei ser perfeito, e nem quero.
Mas eu tenho qualidades.
Tenho um bem que dinheiro não compra.
Sou transparente como o vidro.
Se eu gostar, deixo perceber.
Se eu não gostar, eu deixo também.
Sou calmo e de gênio forte, porém contido.
Exceto quando me pisam o calo e não arredam o pé.
Aconteceu apenas três vezes.
Sorte que em outras arredaram.
Já briguei por minha razão.
Agora prefiro ter paz do que brigar por ela.
Talvez mudança da idade, pela maturidade.
Já vacilei com outras pessoas.
E me acompanha o arrependimento.
Achar ser esperto, dura um momento.
Ser correto, gera alegria pra vida toda.
Não tem satisfação maior, pelo menos pra mim.
Então, sigo assim.
Já ajudei a empurrar muitos carros na rua.
Já empurrei o meu várias vezes, sozinho.
Percebendo gente que fingiu não ver.
Mas continuo a empurrar quem for preciso.
Pode contar comigo.
O meu prazer de ajudar suplanta a indignação de ver a indiferença.
Eu não sou um santo, e nunca serei canonizado.
Os meus pecados, acredito que estejam pagos.
Sou cidadão do bem.
Se me ler, se apaixonará por mim.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

CULPA MINHA, CULPA DELAS

Apesar de tudo, não foi só ela.
Fui eu também.
Afinal de contas, eu fui nulo.
Vi tudo e aceitei calado.
Então ela fez o que quis.
E acabou o que estava errado.
Depois no outro.
Não foi ela, fui só eu.
Ia tudo bem, em quase tudo.
Mesmo depois de uma década.
Tinha tesão e entendimento.
Mas num dado momento.
Num desentendimento.
Eu, com minha impulsividade.
Coloquei um ponto quase final.
Houve vírgulas depois.
Ainda nos queríamos.
Mas eu, de novo pontuei.
Agora com um ponto final.
Por causa de um sexo casual.
E o que estava certo foi encerrado.
De novo, outro.
Nesse a culpa foi dela.
Embora ela diga que foi minha.
Esse durou muito menos tempo.
Teve alguns desentendimentos.
Por ciúme, sempre por ciúme.
Esse problema que destrói relacionamento.
Seja apenas namoro ou até casamento.
Pois lida com confiança.
E por este motivo acabou.
Meus 3 relacionamentos.
As 3 mulheres por quem já me apaixonei.
Que eu me apaixone só mais uma vez.

sábado, 25 de janeiro de 2020

QUANDO MINHA MÃE SE FOR

Quando minha mãe se for...
Pareço duro falando dessa forma, mas todos temos a nossa hora.
Eu apenas sou realista.
Então quando ela se for, se for antes de mim.
Talvez eu não chore pra alguém ver.
Só sei que estarei em paz por dentro.
Triste e em paz.
Eu não carregarei remorsos.
Eu carregarei certezas.
De que eu a deixei orgulhosa de quem sou.
De que ela viveu como queria.
Com algumas tristezas, mas muito mais, com alegria.
Até que chegue o dia.
Não de sua partida, do reencontro, dela com o meu pai.
Várias décadas depois dele.
Ela irá se encontrar com ele.
Então quando minha mãe se for...
Talvez eu não chore pra alguém ver.
Imaginarei como esse encontro vai ser.
E estarei em paz.
Mas, e se eu me for antes dela?
Contraria a probabilidade, mas é possível.
Na vida, tudo é imprevisível.
Só temos a certeza da morte.
Mas nunca, da sua ordem.
O natural é os filhos enterrarem os pais.
Já que eles viveram mais.
Entretanto, às vezes a ordem se altera.
E quando menos se espera, um filho, um pai enterra.
Então se eu for antes da minha mãe.
Também estarei em paz.
Estou consciente de viver o tempo que terei pra isso.
De novo, pareço duro falando disso.
Mas eu sou apenas realista.
Todos temos um tempo que nos é dado.
Pra viver do jeito que escolher.
Nós podemos escolher como viver.
Porém, decidir quando morrer.
Essa decisão não é nossa.

domingo, 19 de janeiro de 2020

O AMOR ESTÁ NO AR

Entendi pelos filmes de amor, que ele está em qualquer parte.
Pode estar naquela garota apressada na estação, que perdeu o trem pra algo marcado.
Que o destino colocou no seu caminho quando você estava angustiado.
Quando estava ali sentado, pensando no que ia fazer com a vida.
Quando estava com a esperança perdida.
Quando não enxergava uma saída.
Já vi nos filmes de amor, que ele surge quando menos esperar.
Que a gente pode achar em qualquer lugar.
Pode ser numa livraria, numa lanchonete ou até mesmo na rua, numa noite fria.
Propícia pra algo quente.
E de repente, ele surge na nossa frente.
Do jeito que a gente sonha.
E você convida pra um café.
Já duvidei dos filmes de amor que mostram ele surgindo à primeira vista.
Mas depois de muito tempo, percebi que é mesmo possível.
E isso é incrível.
Já aconteceu comigo, então eu passei a acreditar.
Que além de estar em qualquer lugar.
Surge em qualquer momento.
Basta estar atento, e ele vai te contagiar.
Já aprendi nos filmes de amor, que ele exige que deixemos a zona de conforto.
Que arrisquemos a dar um passo.
Que percamos o compasso, pelo menos um pouco.
Não necessariamente que sejamos um louco.
Mas sem risco, não tem ganho.
E pelo prêmio vale a pena tentar.
Como nos filmes, o amor está no ar.
Basta crer e respirar.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

PAIS E FILHOS

A gente nasce filho de uma mãe.
Não necessariamente de um pai.
Pode ter sido apenas um ser deplorável.
Um cara inconsequente.
Que deu uma gozada dentro e caiu fora.
Mas há também os que assumem.
Que ficam e não vão embora.
E há os que ficam, mas parece que não estão.
Desses, existem de montão.
Tem pai de todo jeito.
Mãe tem só de dois tipos.
Mãe de cordão e mãe de coração.
As que põe filho no mundo.
As que fazem dos filhos o seu mundo.
Perfeito quando as duas são uma fusão.
Mas muitas vezes não são.
Tem mãe que só abre as pernas.
Deploráveis como os caras que somem.
E tem a mãe fantástica.
Que é a que cuida debaixo a asa.
A que cumpre a dupla função.
E tem o super pai.
Que embora não tenha gerado no ventre.
É competente.
Só não dá peito, mas é perfeito.
Tem surgido muitos destes hoje em dia.
Mas e os filhos?
Eles são uma benção.
Pelo menos enquanto são pequenos.
Mesmo que sejam travessos.
Ainda assim eles são.
A gente se abraça e se beija.
Só que eles crescem.
Mudam da água pro vinho.
Já nem abraçam mais.
Alguns gritam com os pais.
Mas alguns ainda são benção.
Outros são preocupação.
Destes tem de montão.

domingo, 12 de janeiro de 2020

MEUS DEFEITOS

Quais são os nossos defeitos?
Todos temos e é difícil enumerar.
Eu conheço e assumo alguns dos meus.
Mas não aceito alguns que querem me dar.
O meu pior de todos é a impulsividade.
Já perdi coisas e pessoas por causa dela.
Me arrependi depois e tentei voltar atrás.
Lamentei quando era tarde e não deu mais.
Também tenho a negatividade.
Às vezes penso que não vai dar certo.
E antes de tentar, isso altera um resultado.
Achar que não realizará sem ter tentado.
Também tenho a impaciência.
Não tenho para o tempo lento dos outros.
Pra mim tem que ser na hora ou pra ontem.
Por isso detesto depender de alguém.
Não tenho pra gente sem argumento.
Que tentam me convencer do errado.
Não tenho para aprendizado.
Acho que já devia ter nascido sabendo.
Desisto fácil, sei que estou errado.
Não tenho com abusos de pessoas.
Tenho vontade de dar uma tapas.
Mas me contenho e conto até dez.
E a vontade passa.
Não tenho pra delongas.
Quando enrola no meio, quero pular para o final.
Enfim, defeitos eu tenho, assim como todo ser normal.
Só não aceito uns que querem me dar.
Esses eu deixo passar.
Mas numa balança, entre defeitos e virtudes.
Eu sei pra que lado a minha pende.
Também sei pra que lado pende pras pessoas.
Independe das atitudes.
Pois vêem defeitos sem enxergar virtudes.
Defeitos lhes pesa 10 e virtudes tem peso 0.
Então a matemática mostra.
Que 1x10=10 e 10x0=0
Um defeito será maior que dez virtudes.
Faça as contas se tiverem o mesmo peso.
As pessoas devem aprender
Um dia vão entender.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

NÃO LAMENTE OS SEUS PERDIDOS

Não lamente os seus perdidos.
Sejam eles coisas ou pessoas.
Mesmo que pessoas tenham sido pra morte.
Ou se até mesmo foram pra sorte.
Pra morte, porque elas viveram seu tempo.
Pra sorte, porque invés de perda, pode ter sido livramento.
Pode ter te poupado sofrimento.
Talvez isso fique claro mais tarde.
Com outros olhos pra aquela situação.
Sem sentimento e com menos emoção.
Pode-se ter outra sensação.
Enxergar o que tinha tudo pra dar errado.
Por isso, não lamente os seus perdidos.
Abra os olhos pra novos achados.
Enxergue novas vias e oportunidades.
Novos horizontes a serem contemplados.
O capítulo está encerrado.
Mas seu livro não está acabado.
Não se encerra a sua história.
Apenas se inicia um novo capítulo.
Com novos personagens e novas paisagens.
Então não lamente os seus perdidos.
Quase sempre são esquecidos.
Quando não são, estão pra trás.
Em páginas já escritas.
Que um dia poderão ser lidas.
Porque são parte da sua vida.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

VERSANDO EU

Eu não sou perfeito.
E eu nunca vou ser.
Mas sou mais do que fotos.
E melhor do que o que pode ver.

Não sou nenhum galã.
Mas também não estou tão mal.
Tenho entrada e alguns cabelos brancos.
Pra minha idade, é normal.

Não tenho um corpo atlético.
Mas no espelho gosto do que vejo.
Estou melhor que muito jovem.
Creio que eu inspire desejo.

Não tenho vícios e nem manias.
Faço exercícios esporadicamente.
Cuido do corpo sem neuras.
Minha maior atenção é com a mente.

Não pretendo ser dono de ninguém.
Nem pretendo uma dona ter.
Sou praticante do livre arbítrio.
Quem não souber usar, vai perder.

Enfim, isso é um pouco sobre mim.
Sou humilde e super do bem.
Se a gente gostar um do outro.
Sorte nossa, amém.