O homem do campo com sua enxada.
Caminha varando a escuridão.
Seguindo a pé pela estrada.
Vai cuidar de sua plantação.
O cheiro da terra molhada.
A plantação coberta de orvalho.
No campo os sinais da geada.
Pela frente mais um dia de trabalho.
Já começa a amanhecer.
E o homem com sua enxada.
Com o orvalho a se derreter.
Já vai trabalhando a terra molhada.
A enxada na mão vai revirando a terra.
E vai plantar sua esperança.
Mas o homem não sabe o que lhe espera.
É a desgraça e não a bonança.
Vem chegando uma tempestade.
Algo que o homem já conhece.
Vai trazer outra realidade.
Que ele não pede em sua prece.
A chuva é uma necessidade.
Para que o homem tenha uma boa colheita.
Mas depende de sua intensidade.
E por isso ele fica na espreita.
A chuva chega como sinal de esperança.
De que ela seja a salvação.
Mas a medida que o tempo avança.
Vai acabando com a plantação.
Já da janela de sua morada.
O homem do campo vê seu trabalho ruir.
Então vê que não sobrou mais nada.
E que novo trabalho há por vir.
A chuva cessa.
O homem pega de novo sua enxada.
Um novo ciclo começa.
Vai trabalhar a terra molhada.
Vai plantar novamente sua sorte.
E pedir em suas orações.
Que a chuva traga vida e não morte.
E alegria em seus corações.
Assim vive o homem que planta.
Com perseverança e com muita luta.
Ele tomba com o tempo, mas se levanta.
E enfrenta de frente a labuta.
Não são as dificuldades da vida.
Que irão fazer este homem ceder.
Haverá ainda uma sobrevida.
Até o dia que este homem morrer.
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