Quando no horizonte o amanhecer surgia.
Com ele eu já ia despertando.
Escancarava um longo bocejo.
Sacudia a poeira e ia levantando.
Ainda era bem cedo.
Quando eu punha o pé na estrada.
Pois o caminho era bem longo.
E eu não havia andado nada.
Com o Sol cegando meus olhos.
Fitava fixo o estradão.
Não demorava em seguir viagem.
Sem destino e nem direção.
Tendo o Sol durante o dia.
E durante a noite tendo as estrelas.
Tinha no céu os meus guias.
E na terra estradas a percorrê-las.
Viajando por este mundo.
Jamais naveguei em minhas viagens.
Mas caminhando por estradas íngremes.
Apreciei lindas paisagens.
Muitos lugares bonitos eu conheci.
Alguns onde os homens nunca haviam estado.
Nestes encontrei a natureza intacta.
Em outros encontrei tudo devastado.
Nestas minhas longas andanças.
Já comi muita poeira em caatinga.
Onde só nasce arbusto espinheiro.
E planta que mata fome não vinga.
Também já bebi muita água em riachos.
Água límpida que saciava minha sede.
Dormi debaixo de muita copa de árvore.
E era nelas que eu amarrava minha rede.
Percorria trilhas durante o dia.
E a noite dormia ao relento.
Acendia uma fogueira e amarrava minha rede.
E estava armado meu acampamento.
Milhares de quilômetros eu já andei.
Enquanto meu corpo agüentou.
Mas agora que estou muito velho.
Toda esta aventura acabou.
Aqui escrevo minhas memórias.
Encravado numa cama.
Só farei mais uma longa viagem.
Mas essa eu não escolho, é DEUS quem chama.
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