sábado, 9 de maio de 2009

MEU AMIGO NEGRO

Você chamou meu amigo de macaco.
Eu também sou macaco meu senhor.
Mas somos menos bicho que você.
Embora você seja da minha cor.

Meu amigo não é macaco.
Ele é gente como eu.
Muito diferente de você.
Que ainda não entendeu.

Há diferença na cor da pele.
Mas é apenas superficial.
No restante ele é igual a você.
É uma pessoa muito especial.

Temos a mesma lágrima transparente.
Temos o sangue da mesma cor.
A mesma batida de coração.
O mesmo sentimento de amor.

Sofremos as mesmas dores.
Sentimos a mesma emoção.
Ficamos tristes com essa atitude absurda.
Essa sua discriminação.

Se você separa pessoas pela cor.
Você se acha acima de quem?
Por fora pode ser um branco nojento.
Mas por dentro não é ninguém.

Eu sou branco como você.
E meu melhor amigo é negro sim.
Meu coração enxerga mais que meus olhos.
E meu amigo é um irmão para mim.

Meu amigo não é macaco não.
Ele é gente como você e eu.
É apenas de outra cor e raça.
E agora você entendeu?

Abomine a discriminação.
Contra negro, cafuzo ou mulato.
Eles são a miscigenação.
E a origem de quem somos de fato.

Racismo é crime meu senhor.
Mas o maior crime você não cometeu.
Você chamou meu amigo de macaco.
E com isto ele não se ofendeu.

O ofenderia se o chamasse de branco.
Então seria semelhante a sua cor.
E isto meu amigo negro não quer.
Seria para ele um dissabor.

Ter orgulho de sua raça.
É algo que meu amigo negro tem.
Tenho a honra de ser seu amigo.
E você, é amigo de quem?

Um comentário:

Lapoderosanana disse...

o racismo deve ser superado e tua poesia colocou um grande tabu em pauta, muitos evitam o assunto, maldito mito da democracia racial... obrigada